Produção da Petrobras recua para nível de janeiro de 2009
Dados referentes a agosto mostram que a estatal voltou ao patamar de quase quatro anos atrás: de 1,92 milhão de barris de óleo por dia
ANP quer verificar se jazidas estão recebendo investimentos adequados e tendo o melhor aproveitamento possível. O entendimento é que a Petrobras voltou-se ao pré-sal nos últimos anos, reduzindo os investimentos no pós-sal
Os mais recentes dados de extração de petróleo da Petrobras, referentes a agosto, mostram que a companhia voltou aos níveis de janeiro de 2009, com produção de 1,92 milhão de barris de óleo por dia. A estatal atribui o recuo no mês a paradas para manutenção em duas plataformas, as quais fazem parte dos planos da companhia para recuperar volumes extraídos.
A Bacia de Campos em 2009 respondia por 86% da produção do país e hoje tem participação de 80%. Nesse principal centro produtor nacional, a queda desde janeiro deste ano foi de 200 mil barris/dia, ou cerca de 11% da produção total.
Recuos reincidentes dos últimos tempos preocupam a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que cobrou da empresa novos planos para desenvolver cerca de 15 campos. A Petrobras já entregou uma leva da papelada, cujo primeiro prazo venceu no último fim de semana. O cronograma para apresentação dos projetos continua nos próximos meses e a ANP tem um prazo regimental de 180 dias para avaliá-los, embora pretenda emitir seu parecer antes do limite.
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Pós-sal ‘abandonado’ – O objetivo da agência é verificar se as jazidas estão recebendo investimentos adequados e tendo o melhor aproveitamento possível. O entendimento é que a Petrobras voltou-se ao pré-sal nos últimos anos, reduzindo os investimentos no pós-sal. No entanto, apesar do potencial, o pré-sal responde hoje por apenas 5% da produção da companhia. Poços no pós-sal apresentaram declínio natural na extração de petróleo e, sem novas perfurações, os campos vão se manter com potencial de exploração aquém do esperado.
Em agosto, a Petrobras produziu 1,927 milhão de barris de óleo por dia, resultado maior apenas que os 1,922 milhão de barris/dia de janeiro de 2009. A média mensal de 1,997 milhão de barris/dia neste ano também só é melhor do que a média de 2009, quando foram produzidos 1,97 milhão de barris /dia.
A companhia, que no último plano de negócios (2012-2016) divulgado em junho reduziu em até 1 milhão de barris/dia as metas de produção para esta década, prevê aumento dos volumes produzidos apenas a partir de 2014.
(com Agência Estado)