Poupança tem saída recorde de recursos no 1º trimestre
Em março, retirada somou R$ 11,43 bilhões, maior valor para o mês desde o início da série histórica
Com o atual ciclo de alta dos juros básicos e do dólar tornando outros investimentos mais atrativos, a caderneta de poupança teve o pior desempenho mensal da história em março. Mais do que isso, os resgates 11,43 bilhões de reais superiores aos depósitos no mês passado são maiores que a cifra negativa de um ano todo. Em 1999, por exemplo, o volume de retiradas líquidas no acumulado do ano foi de 8,76 bilhões de reais. Em 2000, o resultado ficou negativo em 7,54 bilhões de reais.
No acumulado do primeiro trimestre, a retirada líquida (acima do valor dos ingressos) de recursos da poupança somou 23,23 bilhões de reais, que é o valor recorde para o trimestre. O montante representa quase o valor de toda a entrada de recursos registrada no ano de 2014, que chegou a 24,03 bilhões de reais.
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De acordo com dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira apenas entre 9 e 13 de março foram resgatados 7,55 bilhões de reais. Com o resultado de março, o saldo total da poupança ficou em 650,29 bilhões de reais, já incluindo os rendimentos do período, no valor de 3,53 bilhões de reais. Os depósitos na caderneta em março somaram 159,66 bilhões de reais, enquanto as retiradas foram de 171,10 bilhões de reais.
O Banco Central começou a compilar os dados atuais em 1995. Até o dado divulgado nesta terça, o maior resgate líquido mensal da poupança havia sido em fevereiro passado, de 6,23 bilhões de reais. Nos primeiro trimestre de 2015, as retiradas são superiores às aplicações em 23,23 bilhões de reais.
Rumores – Em meados do fevereiro, o Ministério da Fazenda divulgou nota à imprensa informando que não procediam as “informações que estariam circulando por mídia social de que haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações financeiras”. Em fevereiro, o saldo também havia sido o pior até então.
A nota da pasta dizia ainda que “tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda”.
(Com Estadão Conteúdo)