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PIB pode ser negativo no 3º trimestre

Economistas apontam a falta de confiança de consumidores e empresários e a menor produção da indústria como principais responsáveis

Por Da Redação
15 ago 2013, 11h46

É grande o risco de um Produto Interno Bruto (PIB) negativo no 3.º trimestre. Segundo analistas, uma possível contração da economia entre julho e setembro será reflexo da queda nos índices de confiança de consumidores e empresários, desempenho pior da indústria em razão de níveis mais elevados dos estoques e do impacto da recente alta na taxa de juros.

Nos cálculos de Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, o PIB do segundo trimestre deve ter uma expansão de 1,1% sobre o trimestre anterior, mas no terceiro trimestre deverá recuar 0,2%. “A probabilidade (de PIB negativo no terceiro trimestre) antes de junho, com dólar e manifestações, era de 10%. Saltou agora para 80%. O maior impacto negativo é nas expectativas, especialmente para consumo das famílias e investimento.”

Indagado sobre quais os fatores que podem pressionar o PIB para baixo, Vale disse que “especialmente o consumo e o investimento”, do lado da demanda. Já do lado da oferta, ele disse que o setor de serviços deve continuar a tendência de crescimento muito lento. “Novamente, quem vai travar no terceiro trimestre será a indústria, especialmente porque tivemos um 2.º trimestre bastante forte na produção industrial.”

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Já o economista-chefe da MCM Consultores, Fernando Genta, acredita que a probabilidade de um PIB negativo no terceiro trimestre é “razoável”, por volta de 40%. “Dentre os fatores, podemos mencionar o início ruim da indústria, o tombo de todos os indicadores de confiança e os impactos iniciais do aperto da política monetária.” Ele estima que a economia brasileira cresça 1% entre abril e junho ante o período anterior, mas tenha crescimento nulo (0%) no terceiro trimestre na mesma base de comparação.

Em relatório enviado a clientes na sexta-feira, os economistas do Itaú Unibanco revisaram para baixo as estimativas de crescimento em 2013 e 2014 para, respectivamente, 2,1% e 1,7%. Uma das razões é o desempenho esperado para o crescimento do intervalo de julho a setembro, de 0,5% a zero. “A expectativa de um crescimento mais baixo no terceiro trimestre deste ano reduziu em 0,3 ponto porcentual o efeito estatístico que estimamos que o PIB de 2013 deixará para o PIB de 2014”, alertam. Para o segundo trimestre, eles esperam expansão de 1%, mas um reflexo negativo no mercado de trabalho e no consumo.

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Ao questionar os economistas sobre qual seria o impacto de um PIB negativo no terceiro trimestre, Genta, da MCM, respondeu que a confiança dos investidores, especialmente os internacionais, deve ser ainda mais abalada. “Isso consolidaria a percepção de baixo PIB potencial ao redor de 2%, podendo prejudicar inclusive o programa de concessões do governo federal.”

Na opinião de Sergio Vale, o impacto é relevante, embora não altere a sua projeção de crescimento de 2,1% no ano. Para isso acontecer, ressaltou ele, o quarto trimestre terá de fechar com 0,5% sobre o trimestre anterior. “Aliás, esses números baixos, se arrastando próximo de zero, parecem cada vez mais prováveis ao longo dos próximos trimestres. 2014 deve ser ainda pior, dada a convicção do governo de que está tudo bem.”

A perspectiva pior para o crescimento da economia não será sem custo para as contas fiscais, segundo os economistas do Itaú Unibanco: “Dada a nossa revisão para baixo no crescimento econômico projetado para 2013 e 2014, reduzimos nossa estimativa para a arrecadação tributária em 4 bilhões de reais (0,1% do PIB) para 2013, e em 11 bilhões de reais (0,2% do PIB) para 2014”, afirma o relatório.

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(com Estadão Conteúdo)

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