Petrobras afasta engenheiro ligado a Renato Duque — o ‘afilhado’ de Dirceu
Segundo a Reuters, cerca de 15 funcionários suspeitos de irregularidades também caminham para a exoneração
Por Da Redação
19 nov 2014, 15h11
A Petrobras afastou um engenheiro ligado à Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais após identificar cerca de 15 funcionários suspeitos de irregularidades em contratações de obras em refinarias, disse nesta quarta-feira uma fonte próxima à empresa.
A exoneração ocorreu como resultado de investigação de uma comissão interna da estatal que identificou indícios de desvios de recursos em contratos com empreiteiras ligadas às obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Segundo a fonte, que preferiu não ser identificada, o funcionário demitido era ligado à Diretoria de Engenharia, a mesma do ex-diretor Renato Duque, preso na última sexta-feira na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Alguns suspeitos ligados ao funcionário demitido também estariam próximos de ser exonerados, segundo a fonte. “Não é suspeita de irregularidade, é um passo além, eles já estão objetivamente na comissão interna como responsáveis”, afirmou a fonte.
O afastamento ocorreu enquanto a Polícia Federal toma depoimentos de executivos de empreiteiras presos na última sexta-feira, no mesmo dia da detenção de Duque, ex-diretor de Engenharia e apadrinhado de José Dirceu.
Deflagrada em março de 2014, a Operação Lava Jato foi lançada inicialmente para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em vários Estados, que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Dias após a prisão de Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso por suspeita de destruir documentos.
Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com a Justiça e os depoimentos dados por ambos levaram a uma nova fase da operação, em foram presos Duque e os executivos das empreiteiras.
Em depoimento, Costa disse que empreiteiras formaram cartel para realizar as obras da Petrobras e que cobravam um sobrepreço da estatal. Parte dos recursos arrecadados, segundo Costa, seriam repassados a partidos políticos como PT, PP e PMDB. Outra parcela ficaria com os diretores envolvidos e com operadores que repassavam os recursos, entre eles Youssef.
Na terça-feira, a Justiça decidiu manter Duque preso além de outros cinco detidos na operação. Outros 11 foram liberados.
(Com Reuters)
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