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Na montanha-russa do dólar, saiba se é a melhor hora para comprar

O site de VEJA ouviu especialistas em câmbio e a indicação é unânime: para viagens de fim de ano, aproveite a queda para começar a comprar moeda estrangeira — mas aos poucos

Por Marília Carrera e Naiara Infante Bertão
6 out 2014, 17h18

No primeiro pregão após o primeiro turno das eleições, o dólar despencou e trouxe dúvidas para milhares de brasileiros que planejam viajar ao exterior no fim do ano: é hora de comprar moeda para aproveitar a baixa ou esperar porque pode cair mais? O site de VEJA ouviu especialistas de câmbio e a estratégia sugerida é fazer uma compra fatiada de ao longo dos próximos meses para poder equilibrar a cotação final média. “Como viagens têm datas marcadas, é difícil acertar o timing perfeito”, diz o economista Richard Rytenband, especialista em investimentos. Ele acredita que qualquer oscilação no cenário eleitoral tenha potencial de mexer muito com as moedas – e que a única proteção possível é comprar aos poucos.

Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, a queda do dólar comercial observada nesta segunda-feira é resultado de dois fatores: movimento internacional de desvalorização da moeda, ainda que em menor ritmo; e o resultado das eleições, que colocou o candidato tucano Aécio Neves no páreo com a presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. “Aécio está em um bom momento e surpreendeu no final do primeiro turno com índice de votação acima do que as pesquisas sugerindo”, disse Rostagno. Por ter uma postura pró-mercado e propostas mais liberais que contrariam o intervencionismo petista, Aécio é o favorito no mercado financeiro. A bolsa de valores também disparou nesta segunda-feira, refletindo o resultado do pleito deste domingo, que mostrou Aécio muito mais próximo de Dilma do que as pesquisas indicavam.

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Planejamento – Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso, explicou que o ideal é planejar as compras a partir de agora. “Divida o montante que precisa em lotes de 500 a 1.000 dólares/euros/libras. Programe-se para comprar um pouco a cada mês antes da viagem”, disse. Ele lembra, contudo, que dezembro é um mês em que sempre há muita demanda por moedas estrangeiras, o que eleva seu valor naturalmente. Assim, a recomendação é antecipar-se e não deixar para comprar no fim do ano.

Para quem vai viajar e ainda não comprou moedas, não terá muita escolha a não ser pagar o atual preço. Nesse caso, a dica é procurar uma casa de câmbio ou banco que cobre um spread (diferença entre o preço da compra e da venda da moeda) menor.

Quem tem viagem marcada para logo, pode aproveitar a valorização do real nos últimos dois dias para comprar, pelo menos, parte do montante total para a viagem. Segundo os analistas, a expectativa é de subida rápida, devido à alta volatilidade e ao caráter especulativo do mercado de câmbio no período. Rostagno lembra que o dólar chegou a operar acima de 2,50 reais na sexta-feira. “A trajetória do dólar vai depender da corrida presidencial, que exerce forte influência no mercado de câmbio”, diz. Como as eleições se mostram bastante acirradas, o cenário para o câmbio permanece incerto.

Se a alta do dólar persistir, Galhardo, da Treviso, diz que há outra opção para os que não quiserem fazer a compra fatiada. Contudo, trata-se de uma estratégia arriscada: optar por pagar tudo no cartão de crédito, esperando que, após as eleições, o cenário acalme.

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Investimentos – Em um momento tão volátil como o atual, o economista Richard Rytenband não recomenda um investidor comum, que não costuma operar no mercado de curto prazo, que invista em moedas estrangeiras. “Não recomendo que quem vá viajar procure ‘operar’ a moeda, ainda mais neste período de elevada volatilidade (fortes oscilações, para cima e para baixo). Quem vai viajar deve ir comprando aos poucos mesmo, fazer uma média de cotação, por que operar moeda agora só para profissionais”, comenta.

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Para economistas ouvidos pelo Banco Central para o relatório Focus, a tendência é de alta da moeda no restante do ano e em 2015. Eles traçam suas estimativas com base em projeções do impacto que o aumento de juros nos Estados Unidos poderá ter em economias emergentes. Possivelmente haverá uma saída de dólares porque os investimentos no mercado americano ficarão mais atrativos com a alta dos juros. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, está acompanhando todos os indicadores econômicos do país de perto para poder definir qual será o melhor momento para elevação – possivelmente no início do ano que vem.

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