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Meta fiscal deve passar de 1,1% para 0,15% do PIB

Meta de economia do governo para pagar juros da dívida será reduzida e ministros devem anunciar novos cortes de gastos

Por Da Redação
22 jul 2015, 15h41

O governo brasileiro vai reduzir a meta de superávit primário para 2015 a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) diante do cenário de fraca economia, segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters nesta quarta-feira, e fará o mesmo movimento para o alvo de 2016, disse uma das fontes.

O anúncio da nova meta deste ano – que deve ser feito pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) durante divulgação do Relatório de Receitas e Despesas – deverá ser seguido de anúncios de novos cortes no Orçamento para mostrar compromisso com a austeridade fiscal, disseram as fontes.

A meta de economia para pagamento de juros para este ano está fixada em 66,3 bilhões de reais, o equivalente a 1,1% do PIB, e será reduzida a 0,15% do PIB, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto. Segundo uma das fontes, a meta será dividida da seguinte forma: 0,10% para o governo federal e 0,05% para Estados e municípios.

O corte da meta mostra o quanto está sendo difícil para o governo da presidente Dilma Rousseff fortalecer as finanças do país depois de anos de excessos e em meio a uma dolorosa desaceleração econômica.

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Muitos economistas do mercado esperavam que o superávit primário fecharia o ano entre 0,6% e 0,8% do PIB, refletindo a expectativa de que a economia caia quase 2% neste ano.

Mas o governo vai anunciar uma redução da meta mais intensa, também tendo como pano de fundo cenário político muito conturbado, com medidas de austeridade sofrendo para ser aprovadas no Congresso Nacional.

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Em 12 meses até maio, último dado disponível, setor público brasileiro (governo central, Estados, municípios e estatais) acumulou déficit primário equivalente a 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, resistiu inicialmente a reduzir a meta por temer que enviaria o sinal errado aos mercados sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

Para apaziguar esses temores, o governo também anunciará cortes adicionais nos gastos que podem alcançar 15 bilhões de reais, de acordo com uma das autoridades. Em maio, o governo anunciou o corte de 70 bilhões de reais do orçamento, em uma tentativa para restaurar a credibilidade da política fiscal.

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Levy disse na terça-feira que uma redução da meta não significaria o fim do ajuste. Pela maior parte da década passada o país registrou superávits primários acima de 3 por cento do PIB à medida que controles de gastos mais rígidos e a bonança das commodities enchiam os cofres públicos.

Isso começou a mudar com a crise mundial de 2008/09, e no primeiro mandato da presidente Dilma foram concedidos bilhões de reais em isenções fiscais em uma tentativa fracassada de reanimar a economia estagnada.

Desde sua reeleição em outubro, Dilma adotou políticas mais amigáveis ao mercado e prometeu reequilibrar as contas públicas para evitar que o país perca o cobiçado grau de investimento. No entanto, a forte queda na arrecadação tributária causada pela desaceleração econômica acabou com as esperanças do governo de atingir sua meta original.

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O governo brasileiro também vai reduzir a meta de superávit primário de 2016, fixada em 2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, acrescentando não ter detalhes de quanto será o ajuste ou quando será anunciado. A mudança será encaminhada ao Congresso Nacional via alteração da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A atual expectativa dos economistas semanalmente ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 1,70% neste ano e cresça apenas 0,33% em 2016.

Há projeções bem mais pessimistas, como a do Itaú, que vê contração da atividade de 2,2% este ano e de 0,2% no próximo.

(Com Reuters)

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