Itália capta € 11 bilhões com taxas de juros em forte alta
Temores com a debilidade da economia internacional, associados a dúvidas de que a Espanha conseguirá controlar déficit, contaminam emissões italianas
A Itália colocou nesta quarta-feira bônus de curto prazo por 11 bilhões de euros (14 bilhões de dólares) com taxas de juros em forte alta, em um contexto de novas tensões financeiras na zona do euro.
A emissão, de 8 bilhões de euros a doze meses, foi realizada com um rendimento de 2,84%, muito acima dos 1,492% oferecidos na última emissão do mesmo tipo realizada em 13 de março. Em outra emissão, para um prazo de três meses, o Tesouro colocou 3 bilhões de euros a 1,249%, contra os 0,492% da operação de março. A demanda dos investidores totalizou 17,5 bilhões de euros.
As taxas italianas estavam em baixa desde a queda do chefe de governo Silvio Berlusconi e sua substituição, em novembro, pelo economista Mario Monti, apoiado pelos mercados. Mas as inquietações dos investidores voltaram a se acentuar nos últimos dias, devido às perspectivas negativas sobre a economia mundial relacionadas à debilidade da demanda chinesa e da criação de empregos nos Estados Unidos, assim como pelas dúvidas sobre a capacidade da Espanha de cumprir com seus objetivos de redução do déficit público.
Alemanha – Já o governo alemão emitiu nesta quarta-feira dívida a dez anos a taxas historicamente baixas de 1,77%. Houve, contudo, pouco interesse por parte dos investidores.
O Bundesbank anunciou que colocou no mercado 3,87 bilhões de euros em bônus com vencimento em julho de 2022. A demanda, de 4,109 bilhões de euros, ficou abaixo dos 5 bilhões de euros que a instituição queria colocar, preferindo conservar 1,13 bilhões de euros para as necessidades no mercado secundário, como costuma fazer.
(com Agence France-Presse)