‘Influência da Opep evaporou’, diz presidente de petroleira russa
Igor Sechin, da Rosneft, foi a única figura de ponta do setor na Rússia a se opor com firmeza ao acordo que aproximou o país dos membros da organização
Diferenças internas estão matando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e sua capacidade de influenciar os mercados praticamente evaporou, afirmou o presidente da petroleira estatal russa Rosneft, Igor Sechin, em uma de suas mais duras falas sobre o cartel.
A Rússia, que tem sido duramente atingida pela queda dos preços do petróleo, vinha flertando com a ideia de cooperar com a Opep nos últimos meses, até tensões entre os membros do grupo envolvendo Arábia Saudita e Irã terem arruinado um pacto global para congelar a produção da commodity.
Sechin, um dos aliados mais próximos do presidente russo Vladimir Putin, foi a única figura de relevância do setor na Rússia a se opor com firmeza ao acordo com os países da Opep, mesmo após o Kremlin endossar definitivamente o plano.
“No momento, uma série de fatores objetivos exclui a possibilidade de qualquer cartel ditar suas vontades sobre o mercado… quanto à Opep, ela praticamente deixou de existir como uma organização unida”.
Em comentários feitos no final de semana e embargados até esta terça-feira, Sechin disse que a Rosneft “estava cética desde o início sobre a possibilidade de qualquer acordo conjunto com o envolvimento da Opep nas atuais condições”.
Os comentários de Sechin sobre o fim de uma era na qual a Opep podia influenciar os preços estão alinhados com a visão do novo ministro de energia da Arábia Saudita, Khaled al-Falih, que em diversas ocasiões no ano passado disse que o mercado precisa se reequilibrar por meio de preços baixos – e que os sauditas têm recursos para esperar.
“Atualmente, os fatores chave que estão influenciando o mercado são as finanças, tecnologia e regulação. Nós podemos ver isso com o exemplo da produção não convencional, que (…) tornou-se uma poderosa influência no mercado global”, disse Sechin, em comentários por e-mail.
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(Com agência Reuters)