Grécia tenta acordo de última hora para evitar calote
Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, estaria considerando aceitar acordo de reformas imposto por credores no último fim de semana, diz mídia local
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, estaria considerando aceitar o acordo de reformas imposto por credores no último fim de semana. A decisão é motivada pela pressão interna e externa para o país permanecer na zona do euro, segundo informações do jornal grego Ekathimerini. De acordo com o governo heleno, Tsipras conversou por telefone nesta manhã com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, na tentativa de se chegar a um acordo para evitar o calote da dívida de 1,6 bilhão com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que vence nesta terça-feira.
A Comissão Europeia (CE) confirmou que Juncker, fez uma oferta de última hora ao primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, com condições às quais Atenas teria que responder antes da meia-noite. “O governo grego teria que aceitar as propostas de sexta-feira pela noite apresentadas pelo presidente (Juncker) ontem, e publicadas pela CE no domingo de manhã, e teria que fazer campanha pelo ‘sim’ a estas propostas”, disse na entrevista coletiva diária da Comissão o porta-voz Margaritis Schinas.
Em discussão, estão as mesmas questões negociadas no último fim de semana, de um ajuste de pelo menos 7,9 bilhões de euros nas contas públicas, focado em uma reforma na previdência, mais corte de gastos, e maior incidência do IVA, o imposto sobre valor agregado. O governo de Tsipras tem resistido a aceitar as medidas, mas pode mudar de ideia, diante da iminência de um calote da dívida.
“A pressão causada pelo fechamento dos bancos e pela expiração do programa de resgate da Grécia nesta terça-feira levou membros do governo a pressionar Tsipras a aceitar a oferta feita por Juncker, diz o jornal grego. Caso um acordo de última hora seja alcançado, o referendo popular sobre as medidas de ajustes, marcado para o dia 5 de julho, pode ser cancelado, segundo lideranças gregas.
O britânico Financial Times afirmou que a possibilidade de um acordo de última hora em torno da proposta dos credores feita no domingo teria sido negada por membros do governo, mas uma última alternativa estava em estudo.
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A jornalistas, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, disse que a Grécia não fará nesta terça-feira o pagamento ao FMI. Ao ser questionado pela imprensa sobre o pagamento, Varoufakis respondeu de maneira incisiva: “Não”. Já sobre a possibilidade de um acordo com credores, Varoufakis afirmou: “Esperamos que sim”, segundo a Reuters.
A ministra adjunta de Finanças, Nadia Valavani, afirmou nesta terça em entrevista à televisão pública que o pagamento ainda seria possível se a Grécia obtivesse os 1,8 bilhão de euros dos benefícios dos bônus gregos em 2014 em mãos do Banco Central Europeu (BCE). Na mesma linha, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, disse na noite de segunda-feira que o pagamento só seria feito se um acordo de última hora fosse firmado. “Pagaremos se alcançarmos um acordo sustentável”, disse.
A Grécia tem até a meia-noite de Bruxelas (19 horas de Brasília) para efetuar o desembolso. Caso contrário, entrará em estado de moratória de suas dívidas frente ao FMI. Em seguida, a diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde, deve informar a situação ao Conselho Executivo do organismo, que deve bloquear o acesso a recursos adicionais à Grécia e, no limite, pode levar à saída do país da zona do euro.
(Da redação)