Grécia precisa resistir a pressões para evitar falência, diz ministro
Para o Ministro das Finanças, Yannis Stournaras,o momento é crucial para ganhar credibilidade dos credores, apesar de pressões para o país afrouxar as medidas de austeridade
Em um ano que vai ditar se a Grécia decreta ou não a moratória de sua dívida soberana, o país precisa resistir às pressões políticas internas que cobram a desaceleração das reformas econômicas, afirmou Yannis Stournaras, ministro das Finanças grego, à agência Reuters.
Com os parceiros europeus da Grécia começando a elogiar os esforços do país para sair da crise e com os indicadores mostrando sinais incipientes de recuperação, cresceram as exigências sobre o governo para deixar de lado a autoridade fiscal e as reformas.
“O que me assusta é a grande pressão vinda da sociedade, da mídia e de deputados de todos os partidos do Parlamento pedindo para afrouxarmos o programa. Precisamos resistir, é muito cedo para declarar vitória”, disse ele na entrevista.
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Stournaras disse haver sinais de que a Grécia começa a sair da crise de dívida que já dura 3 anos. O dinheiro está retornando aos bancos gregos, os preços dos títulos estão subindo e o orçamento primário de 2013 dará resultados melhores do que o previsto pela troika de credores internacionais (grupo formado por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para o ano, registrando superávit de 0,4%, apesar da recessão, segundo ele.
“Seremos analisados sobre o déficit primário. A troika espera que seja zero, mas acredito que seremos levemente melhores”, afirmou. Para ele, isso significa que há boa chance de os credores reduzirem ainda mais a dívida do país.
Cobranças – O Fundo Monetário Internacional concordou na quarta-feira em liberar uma nova parcela de ajuda dentro do programa total de 240 bilhões de euros e elogiou os esforços do governo. Mas Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, cobrou do país mais ações para elevar a produtividade e reduzir os preços.
O ministro das Finanças da Grécia descartou outra recompra de dívida e afirmou que não há discussão sobre uma redução da dívida para seus parceiros da zona do euro. Ele reconheceu que o desemprego, que atingiu 26,8% em outubro, vai demorar mais para recuar, e ocorrerá somente quando a economia voltar a crescer, o que deve ocorrer no fim deste ano. “Desemprego é o nosso maior espinho”, admitiu.
(com agência Reuters)