Grécia pode precisar de novos empréstimos, diz FMI
Ajuda pode ser dada também em forma de perdão de dívida e redução da taxa de juros de empréstimos
A Grécia pode precisar de mais favores financeiros de seus parceiros europeus, mesmo na forma de empréstimos subsidiados ou ainda perdão de dívidas, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira. Isso seria necessário para que a enorme dívida pública do país retorne a níveis sustentáveis, a despeito do que já tem sido feito para aliviar os indicadores de endividamento.
Em sua mais recente revisão do programa de empréstimos da Grécia, o FMI disse que as recentes medidas de alívio não restauraram totalmente a sustentabilidade da dívida da Grécia. Para melhorar o quadro, o FMI sugere que haja alguma combinação de um corte de dívida e redução adicional das taxas de juros sobre os empréstimos.
Ainda segundo o órgão internacional, se o país não conseguir, com as atuais medidas de austeridade, resolver os problemas econômico-financeiros, a Grécia precisará de um alívio adicional da dívida. Nesse cenário, poderiam ser feitas transferências bancárias entre 2013 a 2020 de aproximadamente de 6 bilhões de euros (8 bilhões de dólares). Além disso, Atenas poderia pagar por essa ajuda taxas de juros próximas a zero a credores e ainda receber empréstimos por meio da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês), o fundo de resgate temporário da zona do euro.
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O Fundo disse que a combinação da recente recompra de bônus pela Grécia – que cortou 20,6 bilhões de euros de sua dívida – com economias de taxas de juros menores e períodos mais prolongados de pagamento dos empréstimos atuais vão reduzir a dívida do país em 16% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, mas isso “não é o suficiente para restaurar a sustentabilidade da dívida”.
As medidas recentes levarão a dívida da Grécia para 128% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, acima dos níveis estabelecidos como sustentáveis pelo FMI e credores em dezembro. A zona do euro se comprometeu em cortar a dívida em 1,4% do PIB em 2014 e adotar medidas extras em 2015 para levar a dívida grega para 124% do PIB em 2020 e abaixo de 110% do PIB em 2022.
O FMI aprovou na quarta-feira um adiamento de um pagamento de empréstimo de 3,3 bilhões de euros à Grécia.
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(com Estadão Conteúdo)