Furnas divulga plano para reduzir empregados
Subsidiária da Eletrobras informa que fará cortes menos de uma semana após o anúncio da redução na conta de luz
A geradora e transmissora de energia Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras, anunciou nesta segunda-feira um plano de reestruturação organizacional que pretende reduzir em 28% seu quadro de funcionários até 2013 por meio de um programa de desligamento voluntário. O anúncio ocorre menos de uma semana após a presidente Dilma Rousseff ter divulgado uma redução média da conta de luz dos consumidores em 20,2% no próximo ano.
A diminuição do custo da energia no Brasil será feita com a renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico e pela extinção ou redução de encargos.
Uma das medidas do plano de reestruturação foi anunciada pelo presidente de Furnas, Flavio Decat, que informou que todos os gerentes da empresa se tornam interinos a partir desta segunda-feira. “A imagem que se projeta da nossa empresa é algo impressionante. É uma árvore de Natal com quase 450 gerentes”, disse, referindo-se a um slide mostrado durante assinatura de convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para implementar o plano.
De acordo com o executivo, a empresa quer corrigir um processo histórico em que gestores eram indicados não por questões funcionais, mas para fazer ajustes de status e salários dentro da empresa.
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A Furnas fechou um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o projeto de reorganização da empresa, batizado de PRO-Furnas. O plano terá início no primeiro trimestre do ano que vem, com prazo de 12 meses, e faz parte de um programa iniciado em 2011, segundo comunicado da companhia. “A nova estrutura permitirá a Furnas promover uma gestão por processos e por projetos, otimizando custos e ganhando eficiência, em alinhamento aos novos desafios do setor elétrico”, diz a empresa.
O coordenador do PRO-Furnas, Sérgio Ferraz, disse que a meta da reestruturação é reduzir as despesas operacionais de Furnas em 22% até 2018. Na quarta-feira da semana passada, uma importante fonte do governo disse à reportagem que o grupo Eletrobras teria de reduzir seus custos em 30% para compensar a renovação condicionada das concessões.
O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, já havia afirmado que o efeito da renovação das concessões sobre o grupo era gerenciável, e que os impactos seriam atenuados por meio de redução de custos e da entrada em operação de novas geradoras.
(Com agências Estado e Reuters)