Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fatia do setor automobilístico no PIB cresce 45,6% em 11 anos

Participação das montadoras na economia brasileira passou de 12,5% em 2000 para 18,2% em 2011

Por Da Redação
6 Maio 2013, 10h58

Os incentivos do governo à indústria automobilística levaram ao crescimento do setor na última década. Mas os ganhos de produção das montadoras, beneficiadas por políticas específicas desde a década de 50, não se disseminaram pelo restante dos segmentos produtivos, de acordo com estudo feito a pedido do jornal Estado de S. Paulo divulgado nesta segunda-feira�.

De acordo com a pesquisa, a participação das montadoras no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria saltou 45,6% em 11 anos, passando de uma fatia de 12,5%, em 2000, para 18,2%, em 2011. O estudo foi conduzido pela professora Nara Simone Roehe, especialista em políticas industriais para o setor automotivo e doutora pela PUC do Rio Grande do Sul.

O crescimento do peso da indústria automobilística põe lenha na fogueira do debate sobre as políticas industriais. Em março, ao anunciar a prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), reduzido até o fim do ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou os incentivos citando a importância da indústria automotiva. Levando em conta apenas a fabricação de veículos automotores – sem considerar toda a cadeia produtiva – o setor respondeu por 9,8% da produção industrial em 2012, contra 7,3% em 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, setores como a indústria de transformação perderam terreno na participação do PIB: de 2000 a 2012, a indústria de transformação perdeu 15,1% de sua participação no PIB total. A fatia caiu de 17,2% para 14,6%, também de acordo com o IBGE.

Independentemente dos números, para a autora do estudo, os custos superaram os benefícios. “As políticas de hoje só incentivam o consumo e a montagem. É uma política horizontal, não existe nada vertical”, diz Nara Simone.

Indústria automobilística no Brasil – Opiniões à parte, a trajetória do setor automotivo se confunde com a própria industrialização do Brasil, na década de 1950. Até o fim daquela década, a indústria começaria a engatinhar com nove empresas, apenas três fabricando carros: as americanas General Motors (GM) e Ford e a alemã Volkswagen.

Continua após a publicidade

Como primeiro incentivo, em 1952, restrições à importação foram introduzidas progressivamente, incentivando a fabricação local. A proteção à indústria local, tradicionalmente, é o primeiro passo das políticas industriais – e, na visão dos críticos, deve sempre ser temporária. Quase 60 anos depois, em 2011, o governo elevou o IPI sobre carros importados em até 30 pontos porcentuais, atraindo críticas fora do setor automobilístico e dando munição para contestações de países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul e da União Europeia, que poderão recorrer às instituições internacionais de comércio.

O caminho das políticas para a indústria automotiva, porém, teve altos e baixos. Após o impulso inicial nos anos 1950, nos anos 1960 e 1970 o setor seria mais beneficiado pelo boom generalizado do “milagre econômico” da ditadura. Na década de 1980, cairia no ostracismo da “década perdida”. Apenas com a estabilização dos anos 1990, o incentivo específico à indústria automotiva seria retomado, com foco na descentralização geográfica. Hoje, os polos automotivos espalharam-se por Rio Grande do Sul, Paraná, Sul Fluminense, Bahia e, mais recentemente, Pernambuco.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos AutomotoresAnfavea, entidade representante do setor, em 2012 o Brasil tem 53 fábricas de 26 montadoras, espalhadas por nove estados. Com 3,3 milhões de unidades produzidas no ano passado, o país é o sexto maior produtor do mundo.

Leia também:

Governo decide manter desconto de IPI para carros até o fim do ano

Continua após a publicidade

MDIC prorroga até 31 de maio Inovar-Auto de montadoras

Excesso de veículos preocupa até montadoras

Montadoras retomam contratações de trabalhadores

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.