S&P rebaixa nota de 15 bancos espanhóis
Ambiente econômico e financeiro "mais difícil" e implicações negativas para o sistema bancário são as razões apontadas pela agência de classificação de risco para o rebaixamento
O Santander Brasil divulgou nota em que destaca sua solidez no país e o fato de que sua perspectiva de rating, em particular, segue estável
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou ações negativas para os ratings de 15 bancos da Espanha, após uma revisão da sua avaliação de risco do sistema bancário espanhol. A S&P informou em comunicado que as ações dos ratings estão baseadas na “visão da agência das implicações negativas para o sistema bancário e os bancos da Espanha que nós classificamos do ambiente macroeconômico e financeiro mais difícil do que a anteriormente imaginado”.
A S&P rebaixou o rating de crédito de longo prazo do Banco Santander para AA-, de AA, com perspectiva negativa, mas reafirmou o rating de curto prazo A-1+ do banco. A agência também rebaixou o rating de longo prazo e afirmou o de curto prazo das subsidárias principais do Santander: Banco Espanol de Credito S.A. (Banesto), Santander Consumer Finance, S.A. (SCF), na Espanha, e Santander UK PLC, no Reino Unido. A unidade brasileira da instituição, o Santander Brasil, não foi citado pela agência.
Segundo o comunicado da S&P, o rating de longo prazo do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) foi rebaixado para AA-, de AA, com perspectiva negativa. A agência manteve o rating A-1+ do rating de curto prazo do BBVA. Os ratings de longo e curto prazo do banco de poupança Confederación Española de Cajas de Ahorros (CECA) foram rebaixados para A-/A-2, de A/A-1, com perspectiva negativa.
A agência reportou ainda o corte dos ratings de longo e curto prazos do banco de poupança Caja de Ahorros y Monte de Piedad de Zaragoza, Aragón y Rioja (IberCaja) para A-/A-2, de A/A-1, com perspectiva negativa. A S&P ratificou os ratings de longo e curto prazos A-/A-2 do Ibercaja Banco S.A., um novo banco comercial criado após a transferência de todos os ativos bancários e obrigações financeiras do IberCaja para o Ibercaja Banco. A perspectiva dos ratings é negativa. A agência retirou posteriormente os ratings de longo e curto prazos A-/A-2 do IberCaja, a pedido do bancos.
Os ratings de longo e curto prazo dos bancos de poupança Caja de Ahorros y Monte de Piedad de Guipuzkoa y San Sebastian (Kutxa) e Bilbao Bizkaia Kutxa (BBK) foram rebaixados para A-/A-2, de A/A-1. A perspectiva para os rating de longo prazo dos dois bancos é negativa, enquanto a para os ratings de curto prazo foi retirada da observação negativa.
A S&P afirmou que cortou os ratings de longo e curto prazo do Bankinter S.A. para A-/A-2, de A/A-1, com perspectiva negativa. Os ratings de longo e curto prazo do Banco de Sabadell foram rebaixados para A-/A-2, de A/A-1, com perspectiva negativa.
Entre outros bancos que sofreram ações negativas estavam: CaixaBank S.A. e seu controlador o Caja de Ahorros y Pensiones de Barcelona (la Caixa); Bankia e seu controlador Banco Financiero y de Ahorros; Banco Popular Espanol S.A.
Brasil – O Santander Brasil – que responde por 25% do resultado de todo o grupo – divulgou nota em que destaca a solidez da instituição no país e o fato de que sua perspectiva de rating, em particular, segue estável. “As unidades do grupo Santander são entidades independentes, com processo de avaliação de rating específico. Hoje, a classificação do Santander Brasil foi reafirmada com perspectiva estável pelas agencias de rating, o que mostra a resiliência do modelo de filiais do Grupo Santander. “
Procurado pela reportagem de VEJA, o Banco Central, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não comenta rebaixamentos de instituições financeiras no país ou no mundo. Sobre um possível aumento do risco da operação brasileira do Santander, a autoridade monetária também não quis fazer declarações. Contudo, o BC afirmou que monitora em tempo real as operações de todos os bancos no país e disse estar atento a qualquer problema de liquidez. Desde agosto, aliás, começou a operar uma nova central on-line que fiscaliza especificamente as cessões de carteiras de crédito – tipo de transação que chamou a atenção da imprensa e de especialistas em 2010 por conta da descoberta tardia de um rombo bilionário no Banco Panamericano, que quase o leva à falência. O BC reitera que os correntistas podem ficar tranquilos e relembra que o país ainda possui o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que, em caso de problemas na instituição, cobriria os principais ativos dos correntistas.
(com Agência Estado)