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Em semana instável, dólar fecha abaixo de 4 reais

Com novas intervenções do Banco Central, moeda americana caiu nesta sexta 0,39% e encerrou o dia negociada a 3,97 reais

Por Da Redação
25 set 2015, 18h02

Em mais um dia de ação do Banco Central para acalmar o mercado, o dólar voltou a fechar com queda nesta sexta-feira. A baixa, de 0,3%, foi bem menor do que a vista nesta quinta-feira (3,7%), mas foi suficiente para manter a moeda americana abaixo dos 4 reais depois de ela ter atingido por duas vezes o recorde histórico nesta semana. O recuo nesta sexta foi de 0,39%, para 3,9757 reais, acumulando avanço de 0,44% desde segunda-feira.

Pesaram sobre o ânimo dos investidores as intervenções do BC sobre o câmbio, a notícia de que o PIB americano do segundo trimestre subiu 3,9% e as permanentes preocupações com o cenário político e econômico do país. “O mercado está mais tranquilo, mas não dá para agir como se o pior tivesse ficado para trás. Houve exageros, eles foram corrigidos e agora a política e a economia voltam ao centro das discussões”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O Banco Central fez nesta sexta leilão de venda com compromisso de recompra de até 1 bilhão de dólares, operação conhecida como leilão de linha, e dois leilões de novos swaps cambiais, vendendo em cada um a oferta total de até 20.000 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

No leilão de linha, o diferencial ficou em 12,33 pontos. O BC passou a divulgar o resultado dessas operações dessa forma, em lugar de publicar a taxa de corte. Dessas três intervenções, duas foram anunciadas após o fechamento dos negócios na sessão passada. Mas o BC também anunciou um dos leilões de swap nesta manhã, logo após o dólar atingir a máxima da sessão.

Questionado sobre a possibilidade de usar as reservas internacionais para intervir no câmbio, Tombini afirmou na véspera que “todos os instrumentos estão à disposição do BC”. A declaração desencadeou forte ajuste na taxa de câmbio, corroborado perto do fim da sessão pelo anúncio de um programa de venda e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.

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Mensagem positiva – A ação coordenada do BC e do Tesouro foi bem recebida no mercado. Ela foi interpretada como uma mensagem de que a autoridade monetária tem munição suficiente para conter movimentos especulativos de mercado e que não está disposta a deixar o dólar avançar de maneira desenfreada. Apesar da aprovação às intervenções, é consenso no mercado que essas ações são instrumentos paliativos, que buscam conter os ânimos enquanto o governo busca recuperar o controle no campo político para tentar avançar no ajuste fiscal.

O pregão também foi marcado por muita oscilação, embora um pouco menos intensa do que a dos últimos dias. O dólar chegou a subir 0,44% na máxima, a 4,0088 reais, e a recuar 2,69% na mínima, a 3,8841 reais. Esse movimento foi identificado por operadores como uma “queda de braço” entre o mercado e o Banco Central. “O mercado peita e o BC responde, e isso se repete. A volatilidade está muito alta, não dá trégua”, disse um operador, na condição de anonimato.

Logo após a abertura dos negócios, quando o dólar recuava quase 2%, o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho já havia advertido sobre o risco de nova onda de pressão cambial, apesar da forte queda da sessão passada. “Apesar do alívio da pressão pontual sobre os ativos domésticos, várias questões de cunho político e fiscal ainda encontram forte resistência em sua aprovação como a reforma ministerial, as apreciações de vetos presidenciais e a propostas que oneram os cofres públicos e a nova CPMF”, escreveu ele em nota a clientes.

A atuação do BC se sobrepôs completamente ao cenário externo. Lá fora, a perspectiva de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos valorizou o dólar em relação a uma cesta de moedas. Essa perspectiva foi reforçada por declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e pela revisão dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos relativos ao segundo trimestre. O PIB cresceu 3,9%, mas, inicialmente, acreditava-se que a alta havia sido de 3,7%.

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(Com agências)

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