Em comunicado, Fed mostra aumento da confiança na economia dos EUA
Estimativas divulgadas nesta quarta-feira mostram que BC americano espera que a economia permaneça nos trilhos apesar do ambiente global fraco
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deu um forte sinal de que está caminhando para elevar os juros em algum momento do ano que vem, alterando a promessa de manter as taxas perto de zero por um “tempo considerável”, em uma demonstração de confiança na economia norte-americana.
Terminando sua reunião de dois dias diante de um quadro de demanda doméstica sólida, mas com problemas no exterior, o Fed disse que vai adotar uma postura “paciente” para decidir quando elevar os juros.
Ao fazê-lo, o banco central olhou além das dificuldades econômicas na zona do euro, Japão e Rússia e ofereceu uma avaliação majoritariamente otimista sobre as perspectivas da economia dos EUA.
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“Com base na atual avaliação, o comitê julga que pode ser paciente ao iniciar a normalização da política monetária”, disse o Fed em comunicado. O Fed disse que considerou o comunicado “consistente” com a linguagem anterior, de que demoraria um “tempo considerável” para elevar os juros.
Embora o quadro de crescimento tenha permanecido sólido, autoridades do Fed indicaram que adotariam uma postura mais lenta em relação ao ritmo das altas do juro, acenando para o quadro de inflação ainda fraca.
O Fed quase zerou os juros básicos em dezembro de 2008, enquanto batalhava contra a crise financeira e a profunda recessão.
Agora, com a taxa de desemprego a 5,8%, mínima em seis anos, muitos economistas acreditam que o Fed começará a elevá-los por volta da metade do ano que vem, expectativa que já está golpeando os mercados financeiros globais.
Estimativas trimestrais atualizadas divulgadas pelo Fed nesta quarta-feira mostraram que o banco central espera que a economia dos EUA permaneça nos trilhos apesar do ambiente global fraco, mas não vê a inflação acelerando à meta de 2% em breve.
As projeções, apresentadas como uma faixa que exclui as três maiores e as três menores projeções individuais indicam que a economia deve crescer entre 2,6% e 3% em 2015, sem mudança em relação à projeção de setembro.
Eles esperam que a taxa de desemprego caía à média de entre 5,2% e 5,3% até o fim do ano que vem, leve melhora na comparação com a estimativa anterior.
O Fed, contudo, reconheceu que a inflação deve desacelerar no ano que vem para entre 1% e 1,6%, resultado do tombo dos preços do petróleo. O banco central projeta que o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, recue apenas levemente no ano que vem e atinja a meta do Fed até o fim de 2016.
“A atividade econômica está se expandindo em ritmo moderado”, disse o Fed. Apesar da queda rápida dos preços do petróleo e do tombo do rublo russo, o Fed não mencionou as recentes turbulências na economia global.
O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, e o presidente do Fed de Filadélfia, Charles Plosser, foram dissidentes.
(Com Reuters)