Economia grega encolhe 4,6% no 2º trimestre
Dado veio melhor do que o esperado, mas ainda mostra a difícil situação econômica do país, que já acumulou 20% de queda do PIB desde 2008
A economia da Grécia encolheu 4,6% no segundo trimestre deste ano em comparação ao ano passado. No semestre, a queda foi de 5,1% em relação ao mesmo período de 2012. Desde 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registra contração acumulada de 20%. As medidas de austeridade adotadas pelo governo em busca de ajuda internacional contra a crise financeira minam o crescimento e elevam as taxas de desemprego.
O número trimestral vem pouco melhor do que previam os analistas: 5%, mas não é o suficiente para animar os gregos, que enfrentam o sexto ano consecutivo de recessão. Isso porque as medidas de austeridade reduziram o consumo privado, principal motor da economia.
A taxa de desemprego na Grécia bateu outro recorde em maio, ao subir de 27% para 27,6% na comparação mensal. A expectativa do governo e dos credores internacionais do país, que precisa de ajuda para não falir, projetam contração econômica de 4,2% no ano todo.
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Dados do Ministério das Finanças da Grécia mostraram ainda nesta segunda-feira que o país atingiu suas metas fiscais nos primeiros sete meses do ano, sustentada pela ajuda financeira dos bancos centrais da zona do euro e da União Europeia, alguns de seus credores internacionais.
O governo central teve um superávit primário (antes do pagamento dos juros) de 2,57 bilhões de euros contra meta provisória de um déficit de 3,14 bilhões de euros. Grande parte do resultado, porém, deve-se ao fato de Atenas ter recebido mais recursos da União Europeia do que previa anteriormente, além de ter reduzido seus gastos públicos. O orçamento exclui as finanças de autoridades locais e de organizações sociais de segurança.
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Mais ajuda – Nesta segunda-feira, o Ministério de Finanças da Alemanha reiterou sua posição contrária à concessão de alívio adicional à Grécia, apesar de uma reportagem da revista Spiegel, publicada no fim de semana, ter sugerido que até mesmo o banco central alemão, o Bundesbank, espera que um novo pacote de ajuda a Atenas seja necessário no máximo até o começo de 2014.
A menos de seis semanas das eleições nacionais na Alemanha, um porta-voz do ministério disse a repórteres que “um segundo desconto (para a dívida da Grécia) está fora de cogitação” e demonstrou confiança na capacidade dos gregos de superarem seus obstáculos.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)