Dólar ultrapassa R$ 2,40 nesta segunda e BC intervém
Moeda norte-americana encerrou o pregão a R$ 2,41, maior patamar desde março de 2009
((atualizado às 17h50))
O dólar encerrou em alta de 0,8310% nesta segunda-feira, cotado a 2,4159 reais na venda. A moeda iniciou o pregão já a 2,40 reais e chegou a bater 2,42 reais, mesmo após três intervenções do Banco Central no mercado de câmbio.
Para conter a alta da divisa norte-americana, além das medidas desta segunda, o BC passou a ser ainda mais incisivo nas atuações. A autoridade monetária informou que fará dois leilões de venda com compromisso de recompra na terça-feira, 20, no total de até 4 bilhões de dólares. Tal anúncio, feito por volta das 15h30, desacelerou o avanço do dólar, mas a moeda fechou em alta.
A moeda norte-americana vem registrando forte alta por causa do pessimismo do mercado em relação à economia brasileira e da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) coloque fim à sua política mensal de estímulos econômicos.
Para tentar impulsionar a economia dos EUA, o Fed injeta, mensalmente, 85 bilhões de dólares na economia do país por meio da compra de ativos financeiros. A medida altera o mercado de câmbio local e também dos demais países, principalmente dos emergentes, como o Brasil. Ao despejar tamanha quantia de dinheiro na economia, a moeda norte-americana tende a se desvalorizar. O fim da injeção de dólares – ou a mera expectativa de que isso aconteça – faz com que o dólar suba frente às principais divisas.
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Na sexta, o dólar encerrou o pregão a 2,396 reais, maior patamar desde 3 de março de 2009. A moeda norte-americana disparava à medida que os investidores aproveitavam a alta global da moeda dos Estados Unidos para pressionar o Banco Central a atuar com mais intensidade nos mercados. No acumulado da semana, a valorização foi de 5,3% – a maior alta semanal desde novembro de 2011.
Para tentar combater a alta da divisa norte-americana, o BC vem atuando repetidamente no mercado de câmbio, por meio de leilões de swap cambial. Contudo, tais medidas não têm conseguido conter a escalada da moeda no país. Analistas do mercado têm destacado que a autoridade monetária não conseguirá reverter a tendência de alta sem atuar no mercado à vista. Na quinta-feira, no entanto, o BC afirmou em comunicado que “continuará com sua política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio”, declaração que foi interpretada por investidores como um sinal de que, por enquanto, o BC não pretende vender dólares no mercado à vista.
Bolsa – Após encerrar a semana passada acumulando oito pregões seguidos de valorização, igualando a melhor sequência desde janeiro de 2012, a BM&FBovespa abriu o pregão desta segunda-feira em queda, mas oscilou durante o dia, chegando a subir 0,54%, mas encerrou as negociações praticamente estável, com leve alta de 0,07%, aos 51.574 pontos. Com o resultado, o Ibovespa completou nesta segunda a melhor sequência de altas desde 2010, quando subiu por dez pregões seguidos entre 19 de julho e 2 de agosto.
(com Estadão Conteúdo)