Dólar cai 1,14% e vai a R$ 3,90, menor nível em mais de duas semanas
Mercado reagiu a apostas de que os juros não subirão nos Estados Unidos até o ano que vem, mantendo a atratividade de ativos brasileiros no exterior
O dólar fechou em queda de mais de 1% em relação ao real pela segunda sessão seguida e fechou em seu menor patamar em mais de duas semanas. O movimento reflete apostas de que os juros não subirão nos Estados Unidos até o ano que vem, mantendo a atratividade de ativos brasileiros no exterior. O dólar recuou 1,14%, a 3,9008 reais na venda, menor nível desde 17 de setembro (3,8822 reais), justamente quando o Federal Reserve, banco central americano, manteve sua taxa de juros quase zerada. Na mínima dessa sessão, chegou a 3,8893 reais.
No cenário doméstico, contribuiu para o recuo da moeda americana o discurso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele afirmou nesta manhã que, após a reforma ministerial, o Brasil tem condições de “focar em trazer a estabilidade fiscal”. “A presidente Dilma está muito focada nesse assunto. Temos amanhã a votação dos vetos. Cada veto que é mantido é um imposto a menos que temos que pagar e um passo a frente em a gente voltar a crescer”, afirmou Levy, após participar de seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Levy disse ainda que a CPMF tem mostrado papel importante no processo de ajuste fiscal, assim como foi relevante em 1999, mas o tributo deve ser provisório. A declaração de Levy contraria Marcelo Castro, que, na sexta-feira, ao ser anunciado como novo ministro da Saúde, defendeu que o tributo fosse permanente e incidisse sobre operações tanto de débito quanto de crédito.
Bolsa – A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta nesta segunda-feira pelo quinto pregão seguido, na maior sequência de ganhos desde agosto de 2014, beneficiada pelo quadro externo favorável e por uma trégua no conturbado quadro político doméstico. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 1,13%, a 47.563 pontos. O giro financeiro do pregão totalizava 4,9 bilhões de reais.
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Semana – Apesar da relativa calmaria do mercado nesta segunda-feira, é esperada uma agenda pesada de definições para os próximos dias. Para amanhã está prevista a sessão conjunta do Congresso que apreciará os vetos presidenciais. Também é esperada para esta terça-feira a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre ação que pede a impugnação da candidatura da presidente Dilma Rousseff. Na quarta-feira deve acontecer a sessão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do governo em 2014, inclusive no que diz respeito às pedaladas fiscais.
Há fortes incertezas quanto aos próximos passos do TCU, uma vez que o governo pede o afastamento do relator do processo, Augusto Nardes. Em entrevista à Agência Estado, Nardes disse que permanece “firme” na relatoria do processo de análise.
(Com agência Reuters)