Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Depois do gelo, Mantega convoca encontro para afagar empresariado

Ministro se reúne nesta quarta com presidentes da Vale, Gerdau e Odebrecht em primeiro encontro do ano para falar de "conjuntura econômica"

Por Da Redação
12 mar 2014, 07h35

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reúne com representantes de grandes empresas brasileiras nesta quarta-feira em Brasília, em novo esforço do governo para se aproximar da iniciativa privada e recuperar a confiança dos agentes na política econômica. A agenda do ministro veio com uma novidade: a pauta do encontro – descrita de forma sucinta, porém com o mínimo de transparência. Em outras épocas, reuniões começariam e terminariam sem que se soubesse o assunto – a não ser que o tema fosse revelado por empresários durante o entra e sai da portaria do Ministério da Fazenda.

A pauta oficial do almoço com empresários, antes previsto para terça-feira em São Paulo, mas remarcado para hoje, é a avaliação da conjuntura econômica e a Medida Provisória número 627, que trata da nova proposta do Executivo de tributação do lucro de controladas e coligadas de multinacionais brasileiras no exterior.

Devem participar do encontro executivos da mineradora Vale, da construtora Odebrecht, da siderúrgica Gerdau e da fabricante de ônibus Marco Polo – pesos pesados de quatro dos principais segmentos da economia brasileira: mineração, construção, siderurgia e automotivo.

Leia também:

Real é mais sensível a mudanças globais, diz estudo

Continua após a publicidade

Produtividade baixa impede que o Brasil cresça mais

Produtividade do Brasil cai pelo terceiro ano consecutivo

O encontro é o primeiro do ano com representantes da iniciativa privada – e ocorre após um longo período de silêncio do Palácio do Planalto em relação ao empresariado. O ministro Guido Mantega, em especial, estava mais ocupado no ano passado em explicar a trajetória de deterioração das contas públicas e tentar driblar a disparada do dólar em meio às expectativas de redução dos estímulos do Federal Reserve (Fed). Deixou o setor privado à deriva. Agora, às vésperas do pleito eleitoral, o primeiro escalão de empresários foi chamado para conversar. A expectativa é de que, mirando as eleições, o tom do governo seja pra lá de amigável.

Tarde demais – Preocupado em recuperar sua imagem diante do investidor internacional, que se mostrava arredio, sobretudo, no interesse pelas concessões, o governo mudou o discurso no final de 2013 e se mostrou mais aberto ao setor externo. Mas os efeitos ainda não se mostram contundentes. Não só a bolsa de valores continua renovando mínimas, como o fluxo de dólares para o país decepciona. No primeiro bimestre, ficou negativo em 246 milhões de dólares.

Continua após a publicidade

Algumas reações positivas foram, contudo, notadas após o anúncio da nova meta de superávit primário para 2014, considerada mais “realista” que as metas dos anos anteriores. O problema é que os economistas garantem que, por mais que o choque de realidade tenha por objetivo resgatar a credibilidade do gerenciamento das contas públicas, não sinaliza uma mudança na política econômica. Com isso, o esforço torna-se inútil.

A capacidade de o governo manter a estabilidade da política fiscal foi desgastada desde o início de 2012, quando inúmeras medidas de intervencionismo e maquiagem contábil foram instauradas com o objetivo de abrir mais espaço para gastos públicos. Desde então, não só os principais indicadores econômicos se deterioraram, como também a imagem do próprio governo – especialmente a do ministro Guido Mantega, cujas previsões econômicas passaram a virar motivo de piada. Como resultado, duas agências de classificação de risco ameaçam rebaixar a nota do Brasil em 2014.

Trabalho interno – Após o anúncio da nova meta fiscal, o ministro se reuniu com economistas de instituições financeiras e analistas do mercado financeiro em São Paulo no fim de fevereiro, também para análise de conjuntura e avaliação sobre a capacidade de crescimento do país. Na sexta-feira, Mantega terá encontro com representantes do setor de varejo.

As reuniões com o setor produtivo estão sendo organizadas num momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinaliza o fim do atual ciclo de aperto monetário. No fim de fevereiro o Copom elevou a taxa a 0,25 ponto percentual, para 10,75%, reduzindo o ritmo anterior de alta de 0,5 ponto percentual.

Continua após a publicidade

O crescimento de 2,3% do PIB em 2013 veio dentro das expectativas, tranquilizando o mercado já acostumado com os indicadores decepcionantes dos últimos dois anos. Porém, o porcentual veio ainda muito abaixo do ritmo necessário para que o país se livre das amarras do subdesenvolvimento.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.