Demitidos do Comperj não recebem salários atrasados
Pagamentos deveriam ser feitos nesta segunda-feira, por determinação judicial, mas empresa não cumpriu prazo
Depois de quatro meses de espera, os trabalhadores demitidos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) tiveram nova decepção ao tentar sacar o saldo de salários atrasados na última semana. O prazo acordado entre a empresa Alumini e o Ministério Público do Trabalho (MPT) venceu no último dia 30, mas os recursos não foram depositados na conta dos trabalhadores. O sindicato que representa os operários afirma que “questões burocráticas” na Caixa causaram o atraso.
Desde a última terça-feira os 2.500 operários tentam sacar o saldo dos salários atrasados, mas encontraram nas agências bancárias avisos indicando que não há liberação dos recursos até o momento. O prazo para o pagamento foi definido após uma decisão judicial obtida em março, depois que um grupo de trabalhadores ocupou a sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Rio.
A previsão do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial de Itaboraí (Sintramon) é que haja pagamento ainda nesta terça-feira. Em comunicado divulgado nesta segunda, a Vara do Trabalho de Niterói informou que a Caixa “fará uma força-tarefa providenciando todos os trâmites necessários para o saque”. Procurada, a Caixa não se posicionou.
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O acordo firmado em março previa a rescisão imediata, a liberação do FGTS e o pagamento de salários atrasados em seis parcelas. Somente o FGTS foi liberado, mas com valores questionados pelos operários. “Os valores foram abaixo do que a empresa deve. Ela está sem contribuir desde setembro, e nossa rescisão foi no dia 27 de fevereiro. Estamos sem ter a quem recorrer, sem ter qualquer posição”, afirmou Áureo.
Atualmente, há três ações sobre o caso em curso na Justiça do Trabalho do Rio. As dificuldades da empresa começaram em novembro, quando mais de 4 mil trabalhadores foram demitidos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em dezembro, a Alumini paralisou obras no Comperj alegando falta de pagamento da Petrobras. A empresa alega ter créditos de 1,2 bilhão de reais da estatal, que por sua vez nega as dívidas.
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A crise na empresa causou demissões em massa e uma situação de tensão social em Itaboraí, região metropolitana do Rio, onde fica o Comperj e os trabalhadores estavam alojados. Muitos operários de outros Estados ficaram desabrigados e passaram a pedir esmolas nas ruas. A situação levou os operários a realizar diversos protestos e a paralisar o trânsito da Ponte Rio-Niterói, em fevereiro.
(Com Estadão Conteúdo)