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Competição cada vez mais acirrada no país preocupa a GM

Para Jaime Ardila, as margens das montadoras podem ser pressionadas, pois a forte concorrência deve acarretar queda nos preços dos veículos

Por Da Redação
22 nov 2012, 14h56

O crescimento da capacidade de produção das montadoras no Brasil, incluindo os projetos de novas companhias previstos para até 2015, “é preocupante”. A avaliação não é do consumidor, é claro, nem do governo federal, que tem planos para transformar o país em plataforma de exportação de veículos. A análise é do presidente da General Motors América Latina, Jaime Ardila, que acredita que, ante a concorrência cada vez mais acirrada e perspectiva de queda nos preços, as margens das montadoras serão pressionadas.

“Se todos que fizeram anúncios de novas fábricas verdadeiramente as construírem, vamos ter excesso de capacidade, pois o mercado não dá conta”, disse Ardila. Na opinião do executivo, uma saída para as montadoras, além da redução nas margens, seria a produção local de veículos hoje importados.

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Outra saída, segundo o vice-presidente da General Motors do Brasil, Marcos Munhoz, seria o crescimento das exportações brasileiras, que depende, no entanto, da retomada da competitividade do país. “O Brasil já teve capacidade de exportação maior e perdeu para outros países, como a Coreia do Sul. Se fizermos um programa para sermos mais eficientes nos custos periféricos, podemos ganhar competitividade de exportação”, afirmou Munhoz.

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Os executivos detalharam nesta quinta a aquisição das operações internacionais da Ally Financial pela GM, incluindo as do Brasil, e evitaram comentar assuntos estratégicos, como possibilidade do fechamento da linha de montagem do modelo Classic em São José dos Campos (SP) e o novo plano de negócios e investimentos no país a partir do ano que vem.

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Crédito – Sobre a aquisição das operações internacionais da Ally Financial pela GM, por 4,2 bilhões de dólares, anunciada nesta quinta pela montadora, Ardila disse que a compra trará melhoras nas ações de crédito de seu braço financeiro, independente da postura de bancos privados. “A operação dá a independência para ter o braço financeiro e fazer a própria ação de crédito”, disse o executivo.

Segundo Ardila, a volatilidade no índice de aprovação de crédito dos bancos privados, de 30% a 40% e em épocas de maior restrição chegando até 70%, não acontece na Ally Financial, agora incorporada à GM Financial. “Na Ally, a aprovação média é de 50% a 60% e com a operação não vamos depender da volatilidade do mercado financeiro.”

Dados da companhia apontam que 60% das vendas de veículos da GM no Brasil são financiadas, e que a Ally Financial responde por 42% desse total. “Certamente queremos ampliar a fatia”, estimou Ardila. A financeira movimentou 1,6 bilhão de dólares em recursos até setembro deste ano e conta com um nível de inadimplência considerado baixo, de 3%, pelos executivos da GM.

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Enquanto David Brinkman, diretor da Ally Financial, espera estabilização no nível de inadimplência em 2013, Ardila fala até em queda. “Os bancos foram seletivos, o perfil de inadimplência melhorou e a redução de juros, sem dúvida, tem impacto direto, porque o consumidor parcela uma paga menor”, avaliou Ardila.

O executivo avaliou também que o anúncio da aquisição das operações internacionais da Ally Financial “mostra a consolidação financeira da companhia”, duramente atingida pela crise de 2008 nos Estados Unidos. “Esse anúncio fecha o ciclo da recuperação da GM. Ter seu braço financeiro próprio foi a conclusão do processo que foi difícil.”

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Com a operação, a companhia espera retomar o rating de grau de investimento e, assim, ampliar a oferta de crédito. “A solidez financeira provavelmente vai levar a companhia a ser grau de investimento nos próximos meses e, com isso, esperamos, melhorará a competitividade da companhia”, concluiu Ardila.

Já a presidente da GM do Brasil, Grace Lieblein, previu que a indústria automotiva no país deve crescer entre 3% e 4% em 2013 ante 2012, quando são esperadas vendas em torno de 3,5 milhões de unidades. “Janeiro e fevereiro serão um pouco fracos, mas vamos acelerar um pouco mais depois”, projetou.

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(com Estadão Conteúdo)

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