Brics vão discutir criação de reserva comum durante o G20
Países vão retomar as discussões iniciadas em março, durante encontro em Durban, na África do Sul
Os países emergentes que formam o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão discutir, à margem da cúpula do G20, a criação de uma reserva comum de divisas a fim de se proteger da volatilidade do mercado de câmbio, indicou nesta segunda-feira o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov. O grupo dos cinco países deve se reunir na próxima quinta-feira, na abertura do encontro de chefes de estado e governo do G20 – formado pelas vinte principais economias avançadas e em desenvolvimento do mundo – em São Petersburgo.
“Nossos líderes vão analisar a implementação de objetivos fixados durante a cúpula de Durban em março, relacionados à criação de um banco de desenvolvimento dos Brics e à criação de reservas comuns de divisas”, declarou Lavrov, durante uma coletiva de imprensa à televisão. “Esse ‘pool’ de divisas permitirá lutar contra a influência negativa das flutuações dos mercados de câmbio para nossas economias”, acrescentou.
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Em comunicado, a presidência sul-africana também indicou que o encontro dos Brics será voltado particularmente “para o novo banco de desenvolvimento e ao mecanismo de reserva de divisas”. Os países emergentes, Índia e Brasil à frente, enfrentam uma forte desvalorização de suas moedas desde o início do ano.
Os Brics concordaram em março, em Durban, na África do Sul, com o princípio de criação de um banco de desenvolvimento comum destinado a financiar os investimentos e se livrar da dependência do Banco Mundial. Contudo, os países não conseguiram definir as distribuições e contribuições de cada um das reservas.
Encontro – Na reunião do G20, os líderes das vinte maiores economias do globo vão discutir as preocupações com a volatilidade e o câmbio de mercados emergentes, disse uma autoridade alemã nesta segunda-feira. Em condição de anonimato, a fonte disse que o G20 é o “fórum certo” para tais discussões, em meio às preocupações com o impacto nos mercados emergentes dos planos norte-americanos de reduzir seu programa maciço de compra de títulos.
“A posição da Alemanha é conhecida – de que as economias emergentes podem aliviar alguns de seus problemas com reformas estruturais. E elas têm que levar em conta os efeitos da política monetária expansiva, especialmente no que diz respeito à estratégia de saída (do Federal Reserve, Banco Central norte-americano)”, disse a autoridade.
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(com agências France-Presse e Reuters)