Brasil perde espaço em comércio exterior
Segundo jornal, outros mercados têm roubado participação do Brasil nas importações da União Europeia, China, Argentina e Japão
A presidente Dilma Rousseff pode até culpar a crise internacional pelo mau desempenho da economia brasileira, mas o fato é que o Brasil vem perdendo espaço na balança comercial de alguns de seus principais parceiros.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a fatia brasileira no comércio argentino, por exemplo, caiu 4 pontos porcentuais em 2014. A queda até poderia ser explicada, em parte, pela crise que assola o vizinho e que o levou a diminuir as importações. Contudo, enquanto as vendas brasileiras à Argentina despencaram 25% no ano passado, os bens chineses registraram desaceleração de apenas 5%, enquanto os americanos, canadenses e mexicanos, juntos no Nafta, venderam 4% a mais. No caso dos chineses, além dos produtos baratos, eles estão oferecendo linhas de crédito ao governo de Cristina Kirchner.
Na União Europeia, outro importante parceiro comercial do Brasil, as compras de produtos brasileiros caíram 8% de janeiro a novembro, período em que China, Turquia, Coreia do Sul e EUA aumentaram suas vendas.
Além disso, as vendas à China, importante importador de soja e minério de ferro, também caíram, enquanto EUA, Rússia e União Europeia abocanharam mais negócios. Com o Japão o mesmo movimento tem sido visto.
De acordo com o economista da Tendências Consultoria, Bruno Lavieri, o grande problema é que o Brasil se comprometeu demais com o Mercosul. “Abraçou um mercado que afundou”, afirma. Um acordo bilateral Mercosul-União Europeia, por exemplo, não saiu por causa da Argentina.
Por outro lado, dos cinco maiores parceiros comerciais do Brasil, que responderam por 60% das exportações brasileira em 2014, apenas os Estados Unidos aumentaram as compras do país.
Leia mais:
Brasil anuncia embargo a maçãs e peras argentinas
Brasil e EUA assinam acordo para facilitar comércio bilateral