Bolsa cai 1,8% nesta quinta-feira; dólar sobe 1%
Ibovespa acumulou alta de 5% em julho, o segundo mês consecutivo de ganhos
O principal índice da BM&FBovespa, o Ibovespa, encerrou o pregão desta quinta-feira em baixa de 1,84%, pressionado por ações de Petrobras e Itaú. O giro financeiro do pregão foi de 7,15 bilhões de reais. No acumulado do mês, o índice subiu 5%, o segundo período consecutivo de ganhos.
“A perspectiva que temos em termos macroeconômicos é bastante negativa, com continuidade das revisões de projeções do PIB”, disse o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. Ainda assim, Pereira vê espaço para novas altas do Ibovespa por causa da liquidez no mercado. Ele não vê muita preocupação com a questão da dívida argentina. “Deve ser encontrado um acordo nas próximas semanas. É algo muito pontual, com efeito marginal”, disse, referindo-se ao calote de 1,33 bilhão de dólares que a Argentina deu na quarta-feira nos fundos abutres que detêm títulos de sua dívida de 2001. A bolsa de valores de Buenos Aires fechou em queda de 8,39%, a 8.224 pontos.
Nesta quinta-feira, as ações preferenciais (sem direito a voto no Conselho) da Petrobras caíram 3,78%, valendo 19,10 reais cada, em dia de ajuste após a forte alta no mês até a véspera. O Itaú teve queda de 2,06% da ação preferencial (para 35,10 reais) e de 1,86% na ordinária (33,22 reais). A Ambev recuou 4,33%, para 15,69 reais). A fabricante de bebidas divulgou logo cedo geração de caixa menor que a esperada por analistas, embora o lucro tenha ficado em linha com as expectativas. Na outra ponta, as ações da Vale apareceram entre as poucas em alta no dia, seguindo a divulgação de um lucro líquido de quase 3,2 bilhões de reais no segundo trimestre.
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Paralelamente, no mercado de câmbio, o dólar subiu mais de 1% nesta quinta-feira, acumulando 2,71% de valorização em julho e encostando em 2,27 reais. Incertezas nos cenários externo e interno devem deixar o mercado de câmbio volátil nas próximas semanas, na visão de especialistas. A moeda americana subiu 1,21% nesta sessão para 2,2699 reais (na venda), o maior nível de fechamento desde 4 de junho, quando ficou em 2,2836 reais. A alta acumulada no mês foi a mais forte desde novembro passado.
Nesta sessão, a alta do dólar foi impulsionada pelos sinais de fortalecimento das condições do mercado de trabalho dos EUA, que poderiam abrir caminho para alta nos juros do país mais cedo do que se espera, e notícias de que a Argentina não foi capaz de chegar a acordo com credores e entrou em default (calote).
“A Argentina não tem o mesmo poder de contágio que tinha nos anos 90, mas a situação de default técnico não ajuda em nada a economia por lá e muito menos por aqui”, escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em relatório.
(Com agência Reuters)