Bancos pagarão € 7,9 bi ao BCE por empréstimos da crise

Dinheiro está sendo adiantando porque títulos só vencem a partir de 2015. BCE teme, porém, que pagamento leve a um aumento do custo dos impostos

Por Da Redação
20 set 2013, 12h58

BCE emprestou mais de 1 trilhão de euros para países em dificuldade durante o pico da crise (Kai Pfaffenbach/Reuters/VEJA)

Os bancos que tomaram dinheiro emprestado do Banco Central Europeu (BCE) durante o período mais difícil da crise financeira mundial agora vão devolver antecipadamente à autoridade monetária do bloco 7,91 bilhões de euros (10,71 bilhões de dólares), na próxima semana. Este será o maior montante desde maio a ser pago. Operadores do mercado europeu esperavam que os bancos devolvessem apenas 2,5 bilhões de euros.

Os bancos tomaram mais de 1 trilhão de euros em empréstimos de três anos junto ao BCE em duas LTROs, em dezembro de 2011 e fevereiro de 2012, sendo que a primeira vence em janeiro de 2015. Quase um quarto do dinheiro já foi devolvido antecipadamente.

Do montante a ser devolvido na próxima semana, segundo o BCE, cerca de 2,65 bilhões de euros serão pagos por quatro bancos referente a empréstimos da primeira LTRO em 25 de setembro, enquanto outros cinco bancos devolverão 5,26 bilhões de euros da segunda LTRO.

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Com o adiantamento o BCE conseguirá diminuir seu excesso de liquidez que hoje soma 215 bilhões de euros, o nível mais baixo desde o final de 2011, pouco antes de o banco inundar o mercado com mais de 1 trilhão de euros em Operações de Refinanciamento de Longo Prazo (LTRO na sigla em inglês) para aliviar as dificuldades de financiamento dos bancos. Se os bancos não realizarem novas operações de financiamento, o nível de liquidez do BCE pode cair ainda mais.

A expectativa dos analistas de mercado é de que com a diminuição da liquidez, os empréstimos do BCE podem custar mais caro, o que poderia abalar a já frágil economia da zona do euro. Por isso, o BCE deixou claro que está monitorando essas taxas de juros.

O BCE disse ainda que está pronto para cortar ainda mais as taxas de juros ou injetar mais dinheiro no sistema para baixar estes custos, se necessário. “Não podemos excluir a possibilidade de outro LTRO ser lançado no começo de 2014,” disse Annalisa Piazza, analista da Newedge Strategy.

(com agência Reuters)