Na semana em que será escolhido o novo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a candidata francesa, Christine Lagarde, ganhou suportes de peso na disputa. Nesta terça-feira, Rússia e Estados Unidos oficializaram seu apoio à ministra das Finanças da França, um dia depois da China ter afirmado que seu voto vai para Lagarde.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, anunciou o apoio americano a Lagarde. “O talento excepcional e a vasta experiência da ministra darão uma direção incomparável a esta instituição”, afirmou.
Mais cedo, a Rússia também anunciou que votará em Lagarde. “Acho que ela tem as qualidades necessárias e apoiaremos sua candidatura”, afirmou o ministro russo das Finanças, Alexei Kudrine, citado pela agência oficial Itar-Tass.
O anúncio oficial do novo diretor-geral do Fundo está marcado para a próxima quinta-feira, mas o FMI pode antecipar o resultado do pleito para esta terça-feira. Lagarde disputa o cargo com o presidente do Banco Central mexicano Agustín Carstens. Apontado como o candidato dos países emergentes, Carstens falhou na tentativa de unificar o discurso do bloco e arregimentar o apoio dessas nações.
O cargo de diretor-geral do FMI está vago desde a renúncia, no último dia 18 de maio, do francês Dominique Strauss-Kahn, acusado de abusar sexualmente de uma camareira durante visita a Washington, nos Estados Unidos.
Perfil – Com 55 anos, advogada de formação e mãe de dois filhos, Lagarde se tornaria a primeira mulher na direção do FMI, da mesma maneira que foi a primeira ministra da Economia e Finanças de um Estado membro do Grupo dos Sete (G7, que reúne os países mais industrializados do mundo).
Lagarde estreou no cargo em junho de 2007, após uma breve passagem como ministra de Agricultura e Pesca no início do mandato do presidente Nicolas Sarkozy. Seus defensores sublinham sua longevidade em um departamento, o de Finanças, que nos sete anos precedentes viu passar vários titulares.
Outros fatores positivos são seu perfeito domínio do inglês e seu trabalho na gestão da crise econômica e financeira iniciada em 2008. Lagarde começou a trabalhar em 1981 na delegação parisiense de Baker&McKenzie como advogada associada, para passar depois como membro do comitê executivo mundial em 1995 e quatro anos mais tarde como presidente.
(Com agência France-Presse)