Após Brexit, Bovespa cai quase 3% e dólar sobe
Decisão do Reino Unido de sair da União Europeia surpreendeu investidores ao redor do mundo e pressionou mercados acionários e de câmbio
A Bovespa recuou quase 3% e o dólar terminou em alta de mais de 1% nesta sexta-feira, reagindo à decisão inesperada do Reino Unido de sair da União Europeia. No mercado de ações, a bolsa brasileira caiu 2,82% da Bovespa, aos 50.105,26 pontos, pressionada principalmente por ações ligadas a commodities. No mercado de câmbio, a moeda americana avançou 1,05%, a 3,37 reais na venda.
O Brexit, como foi chamado o desembarque do Reino Unido do bloco europeu, supreendeu investidores e pressionou mercados ao redor do mundo. Na Europa, todas as bolsas fecharam no campo negativo. Na Ásia, a Bolsa de Tóquio terminou em baixa de 7,92%.
“O mercado sangrou um pouco com o referendo e teve que desfazer parte do otimismo dos últimos dias. Mas o movimento é mais um ajuste do que um pânico generalizado”, disse o economista da corretora Renascença Marcos Pessoa.
As commodities sofreram perdas, com destaque para os preços do petróleo, que fecharam em queda de quase 5% nas bolsas de Nova York e de Londres. Com isso, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras fecharam em baixa de 5,15% e de 4,34%, respectivamente. A Vale, por sua vez, registrou quedas de 8,32% (ON) e de 8,96% (PNA), acompanhando de perto os preços das ações de seus pares no exterior.
Outro setor fortemente penalizado foi o bancário, também por acompanhar pares no exterior. Nesse grupo, destaque para as units do espanhol Santander, que cederam 4,19%. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso no Ibovespa, terminou o dia com perda de 3,50%.
Ativos considerados portos seguros, como ouro e títulos alemães, subiam, enquanto a libra esterlina chegou a despencar ao menor nível em 31 anos em relação ao dólar. Em relação ao fechamento do real na quinta-feira, a libra caía cerca de 7%.
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No câmbio, desde o início da sessão, porém, analistas advertiram que a pressão tendia a ser limitada pela perspectiva de novos estímulos de bancos centrais estrangeiros e até mesmo a possibilidade de o Federal Reserve, banco central americano, postergar o aumento de juros.
Em nota, o BC brasileiro destacou que está monitorando os mercados financeiros após o referendo e que, caso necessário, “adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial”. Também em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos e dispõe de instrumentos para lidar com turbulências na economia internacional.
(Com Reuters)