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Reforma do hotel de Eike não deve estar pronta antes da Copa

A previsão é de que o Hotel Glória possa receber poucos hóspedes na época do Mundial. Empreendimento utiliza-se da linha de financiamento Pro-Copa, do BNDES. Mas a conclusão das obras até a Copa não é uma exigência do banco

Por Naiara Infante Bertão
2 fev 2013, 07h43

Quem planejava se hospedar no tradicional Hotel Glória, no Rio de Janeiro, durante os jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014 terá que rever os planos. A REX, empresa de desenvolvimento imobiliário do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, não conseguirá terminar a reforma antes do início do torneio mundial. A falta de compromisso com o prazo de entrega é estarrecedor. O Glória, inaugurado em 1922 e adquirido por Eike em 2008, utiliza uma robusta linha de financiamento público criada, justamente, para viabilizar obras que aumentariam a oferta de hospedagem.

O programa Pro-Copa Turismo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 1,46 bilhão de reais em projetos já aprovados e em estudo. O Hotel Glória é um dos 12 que já estão utilizando o total de 743,1 milhões de reais de recursos liberados. Mas é o único que não ficará pronto dentro do prazo previsto, até o primeiro semestre de 2014, quando os turistas começarão a desembarcar no Brasil. Hoje, a menos de 500 dias para o início da Copa do Mundo, apenas 30% das obras do Glória estão concluídas, conforme informou ao site de VEJA a assessoria de imprensa da REX. A previsão é que o hotel poderá receber poucos hóspedes – embora não tenha sido informado o número.

Contratada em agosto de 2010 pela REX, a linha de financiamento inicial era de 146,5 milhões de reais para o Hotel Glória, que passará a se chamar Glória Palace. Mas, em meados do ano passado, a empresa de Eike pleiteou um acrescimento de 44,1 milhões de reais do programa Pró-Copa para a expansão do número de quartos do hotel. Agora, com 190,6 milhões de reais disponíveis, o empreendimento de Eike é o segundo que mais recebeu dinheiro público – o primeiro é o Grand Hyatt Barra, da Rio JV Partners Participações.

Sem cobrança – Apesar do nome Pro-Copa, o BNDES informou ao site de VEJA que a contratação da linha de financiamento não exige a conclusão das obras até a Copa. Por isso, não há penalidades formais por parte da instituição. O banco de fomento explica que, se há atrasos, quem sai prejudicada é a própria empresa contratante porque o calendário de liberação do financiamento depende da conclusão das etapas da obra e os hotéis terão de manter o programa de pagamento pelo empréstimo em dia.

O nome do projeto, segundo o BNDES, serviu de chamariz para aproveitar a visibilidade dos dois eventos esportivos que vão movimentar o país nos próximos anos, a Copa e os Jogos Olímpicos de 2016. O propósito era ajudar o setor do turismo, não necessariamente a Copa. “Depois de conversas com o setor, o banco percebeu que a sustentabilidade econômica dessas obras dependia não só de juros de financiamento mais baixos, como também de prazos mais longos de pagamento”, disse a assessoria de imprensa do banco.

“O BNDES realiza visitas de acompanhamento periódicas, de modo a avaliar a aplicação dos recursos. As liberações acontecem concomitantemente ao andamento das obras, e uma parcela só é liberada após a comprovação de uso da parcela imediatamente anterior. Assim, não há, portanto, uma penalidade formal em caso de atraso, mas penalidade econômica”, explica em nota ao site de VEJA.

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Olimpíada – Com essa explicação, o BNDES reforça que alguns contratos foram acertados com prazo para 2015. É o caso do Grand Hyatt Barra e do Hilton Barra, da Carvalho Hosken Hotelaria, ambos na cidade do Rio de Janeiro, que foram pensados para acomodar a demanda por estadia na cidade no período dos Jogos de 2016. Procuradas, as empresas afirmam que as obras seguem dentro do cronograma.

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Assim como o Glória, outros cinco hotéis receberam dinheiro do programa para aumentar a oferta no período da Copa. As construções do Hotel Sotero Salvador, na Bahia, que recebeu 15,1 milhões de reais, do Hotel Cidade do Romeiro, de Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, que recebeu 32,5 milhões de reais, e do Ibis Copacabana, no Rio de Janeiro, estão concluídos. Os hotéis Ibis Botafogo, no Rio, e o Ibis Natal, no Rio Grande do Norte, estão dentro do prazo previsto.

Já os projetos que envolvem apenas reformas para expansão e melhorias, caso de três hotéis nordestinos do Grupo Pontes Hotéis e Resorts, Mar Hotel, Atlante Plaza, no Recife, e Summerville Beach Resort, em Porto de Galinhas, em Pernambuco, que contratou financiamento de 32 milhões de reais do Pro-Copa, e do Tivoli EcoResort na Praia do Forte, em Mata de São João, região metropolitana de Salvador (14 milhões de reais) estão previstos para ser concluídos até a Copa. Procurado pelo site de VEJA, a rede Tivoli disse que “não se manifesta sobre o assunto” e não soube informar quanto da obra do EcoResort Praia do Forte está concluída. O Grupo Pontes não respondeu as perguntas até o fechamento da reportagem. Vale ressaltar que os hotéis estão em funcionamento, apesar das obras.

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