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Acordo final sobre ajuda sairá no fim do mês, diz Grécia

Pacto pavimentará o caminho para o aguardado desembolso da parcela de resgate do país no começo de dezembro

Por Da Redação
13 out 2012, 16h57

O governo grego chegará a um acordo com a delegação internacional de inspetores na reunião de 18 de outubro, mas o acordo final deve ser fechado pelos ministros de Finanças da zona do euro somente no final de outubro. As informações são do ministro das Finanças da Grécia, Yannis Stournaras.

O político afirmou neste sábado que esse pacto pavimentará o caminho para o aguardado desembolso da parcela de resgate do país no começo de dezembro. “Precisamos concluir o pacote de austeridade dentro do acordo que temos com os inspetores internacionais para a reunião do dia 18”, afirmou. “Estimamos que o ajuste final com o Eurogrupo será feito no final de outubro”, completou.

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A Grécia está em negociações com a delegação de inspetores da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu (BCE) – conhecida como troika – desde o começo de setembro. As discussões referem-se ao plano de cortes no orçamento de dois anos no valor de�13,5 bilhões de euros. A troika discorda de alguns pontos do programa e quer que o país faça mais cortes no próximo ano que o anteriormente planejado por Atenas.

Um acordo sobre essas medidas, bem como sobre outras reformas estruturais, é a precondição para que a Grécia receba a próxima parcela de ajuda prometida pelos credores europeus e internacionais – em conformidade com os termos do último resgate no valor de 173 bilhões de euros. O pacto também é necessário para que os líderes gregos obtenham permissão para reduzir metas de déficit fiscal num prazo mais longo. “Após o encontro do Eurogrupo, a parcela será desembolsada”, afirmou Stournaras.

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Enquanto isso, as discussões entre a Grécia e a equipe de inspetores da troika continuam neste sábado e devem terminar neste domingo. “Estamos próximos de chegar a um acordo, e espero que a reunião na próxima semana resolva a maior parte dos assuntos”, informou nesta sexta um funcionário do Ministério das Finanças que preferiu não se identificar.

As medidas incluem cortes em salários do setor público, pensões, pagamento de benefícios e aumento na idade para aposentadoria, que passaria de 65 para 67 anos. A Grécia também será obrigada a implementar89 ações prioritárias – reformas prometidas que contemplam aumento nas tarifas de eletricidade para centenas de organizações do estado – que ainda não foram colocadas em prática.

Essas e outras medidas devem ser votadas pelo Parlamento grego após a reunião da União Europeia, afirmou Stournaras. Com a probabilidade de enfrentar falta de caixa no fim de novembro, Atenas quer garantir que a próxima parcela de ajuda chegue antes desse prazo.

Impasse – A despeito dos esforços dos líderes gregos para chegar a um acordo, prossegue o impasse entre o FMI e a UE em relação a como lidar com a crise da dívida do país. Segundo autoridades europeias, a UE só tem mostrado disposição em considerar a redução das taxas de juros e a concessão de prazos mais longos para futuros pagamentos. O FMI, por sua vez, quer uma reestruturação completa da dívida grega.

“Ainda estamos divididos. O tempo é curto e precisamos encontrar um caminho em comum”, comentou um oficial sênior com envolvimento direto no assunto, acrescentando que muitos países da zona do euro, liderados pela Alemanha, veem a questão grega como um problema de “ajustes e reformas estruturais ao longo do tempo”. Já o FMI, segundo essa fonte, enxerga o problema como um assunto fiscal que exige atenção imediata.

O FMI dispõe-se a estudar várias formas que podem levar a uma redução do endividamento grego, incluindo um novo pacote de ajuda da UE para Atenas. Sua linha de ação favorita é cortar o volume de dívidas por meio de descontos. Mas a ideia de novos descontos teria repercussões políticas negativas.

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FMI pressiona – Autoridades dizem que o FMI deixou claro aos europeus que não pretende liberar mais dinheiro para a Grécia sem que antes sejam adotadas medidas para reduzir a dívida do país. Além dos limites impostos por seu estatuto, o Fundo teme comprometer sua credibilidade antes de possivelmente ser convocado para participar de um programa de ajuda bem maior para a Espanha.

A sustentabilidade da dívida da Grécia é um dos principais assuntos que estão sendo discutidos nas reuniões anuais do FMI, que começaram nesta sexta em Tóquio e terminarão no domingo. O segundo pacote concedido à Grécia, em março, estabelecia como meta que a dívida do país chegasse a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. O FMI, no entanto, prevê que, em face da recessão que aflige o país, a relação dívida/PIB grega crescerá para 170,7% do PIB neste ano e para 181,8% em 2013. Em 2020, o FMI acredita que esta relação terá caído para 150%, segundo os oficiais.

Confiança – Neste sábado, o ministro de Finanças da França, Pierre Moscovici, disse que tem esperanças que os problemas da Grécia e da Espanha serão resolvidos nas próximas semanas, o que deve acalmar os mercados financeiros.

“O que eu desejo é que esses dois assuntos possam encontrar soluções firmes, duráveis, nas próximas semanas, rápido”, disse Moscocivi em uma coletiva de imprensa durante a reunião anual do FMI em Tóquio. “Se tal solução for encontrada, e se fizermos progressos na questão da supervisão bancária, a perspectiva para a zona do euro pode melhorar mais”, acrescentou.

(com Agência Estado)

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