À espera de balanço, ações da Petrobras operam instáveis
Com cinco meses de atraso, resultados financeiros da estatal devem ser anunciados só depois do término do pregão, após as 18h
No dia em que divulgará o tão esperado balanço auditado referente ao ano de 2014, a Petrobras enfrenta desconfiança do mercado. Com isso, as ações da estatal operam sem uma direção definida. Os papeis preferenciais (PN, sem direito a voto) registravam queda de 0,15% por volta das 13h20, a 13,07 reais. Já as ações ordinárias (ON, com direito a voto), subiam 0,52%, no mesmo horário, a 13,31 reais, mas passaram boa parte na manhã no campo negativo, chegando a cair 2,64%, às 10h35.
“O movimento é justificado pelo receio de algo ruim acontecer, visto que já tivemos por mais de uma vez a divulgação adiada”, afirmou Leandro Martins, analista chefe da Walpires corretora. “Outro receio dos investidores seria de uma perda maior em relação à esperada”, complementa. Segundo ele, o teto das perdas esperado pelo mercado é 28 bilhões de reais, considerando prejuízos com corrupção e de valor recuperável de ativos (impairment).
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Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, a retração vista nos papéis da estatal, no entanto, tem mais a ver com um movimento de realização de lucros, dada à recente alta acumulada nos últimos dias. “Ter o balanço auditado, sobre qualquer aspecto, é uma notícia muita boa. A reação definitiva aos números virá nesta quinta-feira, após a abertura do mercado”, afirma.
Às 13h21, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operava em alta de 1,16%, aos 54.386 pontos. O principal destaque positivo são os papéis da Vale, que sobem mais de 7%. Neste caso, os negócios reagem aos dados favoráveis de produção de minério no primeiro trimestre. Os números indicam uma produção de 74,52 milhões de toneladas, crescimento de 4,9% em relação ao visto um ano antes.
No âmbito macroeconômico, Banco Central (BC) divulgou, pela manhã, um déficit nas transações correntes do governo de 5,73 bilhões de dólares em março e 25,39 bilhões de dólares no 1º trimestre. Em 12 meses, o déficit em conta corrente soma 101,64 bilhões de dólares em 12 meses até março (4,54% do PIB).
Enquanto isso, em Brasília, a pauta carregada no Congresso volta a testar a relação entre governo e base aliada, já que deve ser concluída na Câmara a votação do projeto sobre terceirização de mão de obra, enquanto no Senado será apreciada a regulamentação da mudança do indexador da dívida dos Estados e Municípios.
(Da redação)