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Vendas no varejo brasileiro sobem 0,2% em março–IBGE

Por Da Redação
17 Maio 2012, 11h40

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO, 17 Mai (Reuters) – As vendas no comércio varejista brasileiro mostraram em março leves sinais de aquecimento da demanda ao avançarem 0,2 por cento ante fevereiro e 12,5 por cento em relação a igual mês de 2011, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Trata-se da maior variação anual desde março de 2010, quando foi de 15,7 por cento, e veio acima do esperado pelo mercado. Analistas ouvidos pela Reuters previam salto de 11,2 por cento em março. As contas variaram de alta de 8,80 a 13,30 por cento.

Na variação mensal, o resultado de maio veio abaixo do esperado, uma vez que o mercado projetava alta de 0,4 por cento, com estimativas que variaram de queda de 0,60 a alta de 1 por cento.

“As vendas estão mais ou menos em linha com o crescimento da economia neste começo de ano. A economia não deslanchou por conta de incertezas e instabilidades internacionais causadas por Grécia, Espanha e outros”, avaliou o economista do IBGE Reinaldo Pereira.

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O IBGE, por outro lado, revisou e melhorou os dados das venda de fevereiro sobre janeiro deste ano, passando de uma queda de 0,5 por cento para estabilidade no período.

Para economistas consultados pela Reuters, embora o resultado mensal tenha ficado abaixo da expectativa, os números são positivos pois mostram uma demanda interna aquecida, fator importante principalmente em momento de cenário externo conturbado.

“Se a produção doméstica acompanhar, isso tende a ser um fator bastante positivo porque vai gerar maior movimentação no mercado doméstico, geração de emprego. É importante ter um mercado doméstico em expansão em momento de demanda externa contraída”, avaliou o analista da Austin Rating Felipe Queiroz.

O IBGE ainda informou que no primeiro trimestre deste ano as vendas cresceram 4,1 por cento ante o quarto trimestre do ano passado. Isso, para o economista da Votorantim Corretora Alexandre Andrade, deve-se aos reajustes de salários. “Esse movimento no primeiro trimestre se deve muito ao mercado de trabalho”, disse ele.

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NÚMEROS NEGATIVOS

Segundo o IBGE, seis das dez atividades pesquisadas tiveram resultados negativos na comparação mensal. Os principais destaques foram Veículos e motos, partes e peças (-1,4 por cento), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,9 por cento), e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,1 por cento).

Na ponta oposta, houve crescimento em março sobre fevereiro nas atividades de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,3 por cento), Móveis e eletrodomésticos (1,2 por cento), Tecidos, vestuário e calçados (0,8%), e Material de construção (0,3 por cento).

“No caso de móveis, houve redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e incentivo à linha branca. E no material de construção tem obras do PAC sendo entregues pelo país de maneira mais forte, até porque é um ano eleitoral”, explicou Pereira, do IBGE. “Já os remédios crescem porque a população vem envelhecendo, e há um aumento do consumo de remédio de uso continuado”, completou.

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Na comparação anual, ainda segundo o IBGE, todas as atividades registraram crescimento, com destaque a Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (12,2 por cento), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (30,5 por cento) e Móveis e eletrodomésticos (21,2 por cento).

“Vários fatores explicam esse movimento. Tem a base de comparação mais fraca, o efeito do carnaval que caiu em março de 2011, e, agora, houve também queda de preço de alguns produtos, efeitos da redução de juros, flexibilização de medidas macroprudenciais e redução de impostos”, disse Pereira.

SELIC MENOR

Em relação à tendência de corte da taxa básica de juros do país, hoje em 9 por cento ao ano, os analistas não veem alterações devido à força da demanda. No entanto, acreditam que o Banco Central pode ficar mais atento à inflação.

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“O BC ficará atento porque isso indica uma demanda forte e maiores riscos para o cumprimento da meta de inflação (cujo cento é de 4,5 por cento pelo IPCA). Mas, por enquanto, não muda a sua postura, porque o cenário externo continua ruim e abre espaço para o BC continuar cortando os juros”, disse Andrade, do Votorantim, para quem a Selic encerrará o ano a 8 por cento.

O resultado no comércio varejista é importante como indicador da atividade econômica no país, que ainda resiste em dar sinais de recuperação. De acordo com analistas, a economia brasileira deve crescer pouco mais de 3 por cento neste ano, abaixo da previsão oficial do governo de 4,5 por cento.

Entretanto, já há avaliações dentro da própria equipe econômica da presidente Dilma Rousseff de que a expansão pode ser bem mais modesta, perto de 3,2 por cento.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil terá uma expansão econômica em 2012 maior do que a registrada em 2011, de 2,7 por cento, mas evitou falar em números.

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O cenário externo conturbado vem impedindo que a economia brasileira mostre forças para uma reação firme, mesmo com as medidas de estímulo adotadas pelo governo, principalmente voltadas à indústria.

A taxa de desemprego do país subiu 6,2 por cento em março, ante 5,7 por cento em fevereiro, embora a avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) seja de que a partir de abril os primeiros sinais de redução na taxa comecem a surgir.

(Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes)

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