Trump quer movimento da China para evitar novas tarifas em 15 de dezembro
EUA cobrará alíquota de 10% para eletrônicos chineses; segundo ministro americano, fim da taxação da soja pelo país asiático pode ajudar no conflito
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não quer implementar a próxima rodada de tarifas programada contra produtos chineses em 15 de dezembro, mas quer “movimento” da China para evitá-la, disse o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue.
“Não acho que o presidente queira implementar essas novas tarifas, mas precisa haver algum movimento da parte deles para encorajá-lo a não fazer isso”, disse Perdue, de acordo com uma gravação em áudio de suas respostas a perguntas de repórteres.
A China, maior compradora mundial de soja, disse na segunda-feira que espera fazer um acordo comercial com os Estados Unidos o mais rápido possível, antes que as novas tarifas entrem em vigor. Na última sexta-feira, a China afirmou que vai retirar tarifas de importação de alguns embarques de soja e carne de porco dos Estados Unidos, mas não especificou quantidades. Essas alíquotas estavam em vigor desde julho do ano passado. Segundo o secretário de Agricultura americano, esse poderia ser o ‘sinal’ esperado pelo presidente americano.
A guerra comercial entre os países se arrasta há quase dois anos. No novo capítulo da disputa de alíquotas, caso Trump não volte atrás, os EUA prometem taxar em 10% os eletrônicos chineses. Entram na lista telefones celulares, notebooks, monitores de computador, consoles de videogame e alguns brinquedos, calçados e roupas.
Após meses de trocas de farpas e guerras de tarifas, Estados Unidos e China haviam anunciado em outubro que chegaram a termos iniciais para o acordo, que deveria ser assinado ainda neste ano. A expectativa era que acontecesse no fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que seria sediado no Chile, mas foi cancelado após protestos no país. Desde então, não se falava mais em data, mas a expectativa é para uma solução breve do imbróglio. Trump, entretanto, já citou que o acordo pode ficar para depois das eleições americanas, em novembro de 2020, porém, volta e meia reforça que está otimista com a solução da disputa.
(Com Reuters)