Superávit é recorde para maio – mas cai 29,5% no acumulado do ano
O resultado sofreu impacto, sobretudo, do fraco crescimento da arrecadação federal, que cresceu apenas 0,77% no acumulado do ano
O resultado do governo central – formado pelo governo federal, Banco Central e Previdência Social – registrou superávit primário de 5,956 bilhões de reais no mês passado, recorde para meses de maio, mas 18% inferior à economia fiscal apurada em abril, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. Nos cinco primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública acumula saldo positivo de 33,045 bilhões de reais, 29,5% menor que o montante apurado em igual período de 2012, quando o governo havia conseguido economizar 46 bilhões de reais.
O resultado sofreu impacto, sobretudo, do fraco crescimento da arrecadação federal, que cresceu apenas 0,77% no acumulado do ano, segundo informou o Banco Central na segunda-feira. Segundo os números do Tesouro, em maio, a receita líquida do governo central totalizou 74,138 bilhões de reais, com queda de 16,6% na comparação com abril. Contudo, no acumulado do ano, a receita líquida ficou em 387,329 bilhões de reais, 7,3% superior ao verificado em igual período do ano anterior.
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Em 2013, o Tesouro já contabiliza o impacto fiscal de 28,7 bilhões de reais resultante das desonerações promovidas pelo governo.
Despesas aumentam – Segundo o Tesouro, ainda que as despesas de maio tenham recuado 16,5% ante o mês anterior, no acumulado do ano a alta é de 12,8% em relação ao mesmo período de 2012, totalizando gastos de 354,328 bilhões de reais – o que mostra que o aumento das despesas cresceu numa proporção maior que a receita.
Previdência – A Previdência Social continuou apresentando déficit, mas em menor nível. Em maio, o saldo negativo foi de 3,001 bilhões de reais, ante déficit de 6,181 bilhões em abril. Ainda segundo dados do Tesouro, o governo federal registrou saldo positivo de 8,915 bilhões de reais e o BC, de 42,7 milhões de reais.
Meta fiscal – A meta de superávit primário do governo, para este ano, está fixada em 108,1 bilhões de reais, ou 2,3% do PIB. Para todo o setor público consolidado, o que inclui, também, os estados, municípios e empresas estatais, a meta para o ano de 2013 é de 155,9 bilhões de reais, o equivalente a cerca de 3,2% do PIB. Mas o governo trabalha com a previsão de abater cerca de 45 bilhões de reais em gastos com investimentos públicos e desonerações tributárias.
A deterioração das condições econômicas, marcada por crescimento fraco, inflação alta e baixa confiança dos agentes econômicos, levou o governo a assumir que perseguirá a meta de superávit primário menor, mas sem que fosse explicitado o que será feito para fechar as contas.
(com Reuters)