Madri, 1 ago (EFE).- A agência Standard and Poor’s (S&P) confirmou nesta quarta-feira a qualificação da dívida de longo prazo da Espanha em ‘BBB+’, ‘um aprovado alto’, pelo ‘firme compromisso com o ajuste econômico e fiscal’.
Ao mesmo tempo, mantém o país em perspectiva negativa pelo alto endividamento exterior dos bancos espanhóis e porque considera que ainda existem ‘rigidezes’ em sua economia, entre as quais assinala como exemplo o mercado de trabalho.
Também vê riscos para reequilibrar a economia e duvida do efeito que possam ter as políticas europeias para estabilizar os mercados financeiros.
Ao mesmo tempo, a S&P considera que a Espanha conta com uma economia ‘diversificada e próspera’, um sistema político ‘estável’ e elogia o firme compromisso para seguir implementando uma agenda completa de reformas tributárias e estruturais.
A agência confia que o país continuará recebendo o apoio, inclusive financiamento, de seus sócios da União Europeia (UE) e do Banco Central Europeu (BCE), porque, caso contrário, a economia poderia contrair-se ‘bruscamente’, o desemprego aumentaria ‘ainda mais’, a coesão social se desvaneceria e as reformas ‘se estagnariam ou dariam marcha à ré’.
A agência poderia revisar a perspectiva para estável se às reformas do governo fosse adicionado o apoio europeu.
A S&P não acredita que a Espanha necessitará de mais de 100 bilhões de euros para recapitalizar os bancos e prevê, antes que se conheçam as auditorias no setor, que o custo real para o Estado será ‘significativamente menor’ que essa quantidade, estipulada pelos países do euro.
A agência tem certeza que o governo tentará minimizar a carga da reestruturação bancária sobre os contribuintes e acredita que a dívida pública seguirá abaixo de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) após 2015.
A S&P assinala ainda que a reorientação da economia, com um maior apoio nas exportações, se traduziu na diminuição da arrecadação de impostos.
Isso explica que o déficit público supere suas previsões e a S&P teme que, se a economia seguir reduzindo seu endividamento e o consumo não decolar, o objetivo que o desequilíbrio das contas públicas feche este ano em 6,3% do PIB seja posto em risco. EFE