Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sócio do Uber pode estar por trás do sobe e desce das ações de tecnologia

Softbank está apostando em opções de ações de tecnologia e gerando enorme vulnerabilidade; Apple chegou a cair 6% hoje, mas acabou no azul.

Por Josette Goulart Atualizado em 4 set 2020, 19h41 - Publicado em 4 set 2020, 19h35

O Softbank é um conglomerado japonês conhecido por seu multibilionário fundo de investimentos Vision Fund. Com mais de 100 bilhões de dólares em patrimônio, ele sempre bancou forte aposta em empresas de tecnologia. No Brasil, botou dinheiro em Rappi, Loggi, banco Inter e mais cerca de 15 empresas. No mundo, é sócio do Alibaba, o gigante chinês de varejo online. Mas algumas das suas empresas, justamente seus principais investimentos, estavam na ponta errada da crise da pandemia. E foi assim que Uber, WeWork, de escritórios compartilhados, e Oyo, uma startup de viagens, fizeram o fundo ter um prejuízo histórico de 18 bilhões de dólares no primeiro trimestre deste ano. O Softbank não ficou quietinho esperando a pandemia acabar e está fazendo um movimento polêmico e agressivo nas bolsas americanas. O jornal Financial Times revelou hoje que o fundo está inundando a Nasdaq com contratos de opções, apostando nas empresas de tecnologia. até por isso as ações dispararam em agosto, mesmo sem parecer que tinha alguma lógica para subirem ainda mais do que já subiram no ano. E também por causa disso caíram fortemente ontem. Nesta sexta, o mercado abriu desabando. A Apple chegou a perder 6% e ficando abaixo do valor histórico de 2 trilhões de dólares. Mas aí as coisas se acalmaram depois da notícia do Softbank. A Nasdaq até fechou em queda, mas só de 1%. Na quinta, caiu 5%. A Apple e a Tesla chegaram a fechar com valorização.

Os movimentos bruscos na Nasdaq fizeram o tema de uma possível bolha ser o mais comentado entre os investidores. Será que as ações de tecnologia já chegaram ao topo? E a queda de quinta-feira os deixou com medo de um mercado urso, em que as ações entram em movimento de baixa. Mas, com o movimento do Softbank no mercado de opções, a situação pode ser outra. Para explicar o funcionamento das opções de uma maneira bem simplista, pode-se dizer que alguém quer alavancar seus investimentos e faz uma aposta: compra o direito de comprar determinada ação a um determinado preço no futuro. Se no futuro, sua aposta estiver certa, ganha muito dinheiro, se estiver errada, perde muito. O Softbank começou a comprar opções de tecnologia a rodo. Assim, os formadores de mercado que venderam a opção para o Softbank precisaram começar a comprar as ações da empresa para entregar lá na frente. Este é um dos motivos de a Nasdaq ter subido fortemente em agosto. Mas chegou nesta quinta-feira, alguém começou a vender e, numa bola de neve, os mesmos formadores de mercado que fizeram as ações de techs subirem, passaram a vender. Por isso, os derivativos deixam o mercado vulnerável e com movimentos bruscos. No caso do Softbank, o movimento foi tão grande que ele começou a ser chamado de “baleia Nasdaq”.

Em sua reportagem, o Financial Times cita uma fonte próxima ao Softbank que disse que o fundo estava “engolindo” opções em uma escala que estava até deixando algumas pessoas dentro da organização nervosas. “As pessoas são apanhadas com as calças abaixadas, extremamente curtas. Isso pode continuar. A baleia ainda está com fome”, disse a fonte ao FT. O Softbank estaria inclusive fazendo apostas em empresas que estão no seu portfólio. As ações do Uber na Nasdaq ainda não recuperaram as perdas com a queda brusca do início da pandemia. Operadores de mercado que trabalham há 20 anos em Wall Street dizem que nunca viram nada igual como este movimento dos japoneses. Se as apostas do Softbank vão dar resultado, só o tempo dirá. O que se pode dizer é que se ontem medo era do urso, hoje o medo é da baleia.

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.