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Sobra de lucro será reservada para dividendos futuros, diz Petrobras

Ações da companhia derreteram após petroleira comunicar que não irá distribuir excedente dos lucros de 2023

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h32 - Publicado em 8 mar 2024, 13h20

O lucro excedente registrado pela Petrobras em 2023, e que a companhia optou por não distribuir em dividendos adicionais aos acionistas, será destinada para a chamada Reserva de Remuneração de Capital e não deve ter outros fins além da distribuição de dividendos, destacou a diretoria da companhia em apresentação a investidores nesta sexta-feira, 8.

A reserva, que é nova e gerou diversas dúvidas entre analistas e investidores, é, de acordo com a Petrobras, destinado a guardar valores a serem distribuídos em dividendos e outras remunerações aos acionistas, em momentos futuros. Quando poderão ser distribuídos dependem de decisão do Conselho de Administração e não há data prevista, por ora.

“Essa reserva não poderá ser usada para investimentos”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Sérgio Caetano Leite. Na noite da véspera, a companhia divulgou os resultados do quarto trimestre, e as ações dela derreteram após a notícia da distribuição de dividendos abaixo do esperado. Às 14h30, as ações preferencias da companhia (PETR4) caíam 9,6%, liderando as quedas do Ibovespa.

A possibilidade de que a Petrobras tivesse optado por guardar o excedente para mais investimentos gerou receio entre parte dos analistas, que temem pela atual política expansionista da petroleira, além de apontarem pela atratividade menor de seus papéis com o menor pagamento de dividendos, em meio aos riscos que investir na estatal implica.

“Esta reserva foi criada para equalizar o pagamento de dividendos e irá para o pagamento de dividendos”, disse Leite. “Ela não é para fazer investimentos, não é para acordos fiscais [com o governo federal], não é para fazer aquisições, não vai para tapar os prejuízos da Petrobras. Ela é para o pagamento de dividendos.”

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O conselho de administração da petroleira aprovou, no quarto trimestre, a distribuição de 14 bilhões de reais em dividendos, o que elevou a 72,4 bilhões de reais o total do lucro repassado a acionistas no ano passado, em respeito às regras internas que definem o montante mínimo a ser distribuído.

O lucro remanescente, de 43,4 bilhões de reais, foi, desta vez, reservado para ir integralmente para a reserva de remuneração de capital, contrariando o que vinha sendo feito nas distribuições anteriores. A reserva tem o objetivo de assegurar recursos para dividendos, juros sob capital próprio e programas de recompra de ações, todas elas formas de remuneração dos acionistas.

De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a decisão de reter a totalidade dos dividendos extras foi do Conselho de Administração, em uma votação dividida. “Os representantes públicos votaram por colocar 100% do valor na reserva, os privados votaram por fazer 100% da distribuição e eu me abstive; Acompanhei a minha diretoria, que propôs 50%-50%”, contou.

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“Lembrando que essa decisão pode mudar, a empresa pode fazer a distribuição dos dividendos a qualquer momento, ela tem a reserva pra isso”, acrescentou Prates.

Novo e até aqui pouco utilizado, o recurso da reserva gerou diversas dúvidas e preocupações entre os investidores e analistas que participaram da conferência. Conforme explicaram os executivos, o dinheiro fica ali guardado para poder ser pago aos acionistas a qualquer momento, submetido a decisão do Conselho de Administração para isso.

“O que não temos para informar hoje é esse tempo. O Conselho vai analisar e cabe a ele decidir em qual altura estará confortável [para distribuir os valores em novos dividendos]. Pode ser semana que vem, mês que vem ou daqui a seis meses”, afirmou Leite.

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O diretor financeiro explicou que a reserva dos dividendos, pela lei, pode ser utilizada, também, para integralização ao capital da companhia ou para cobrir prejuízos, além de sua finalidade principal que é remunerar o acionista em momentos futuros.

“São possibilidades completamente remotas”, disse. “Na maneira como tem sua contabilidade e suas finanças hoje, a possibilidade de ela ter prejuízo nos próximos 24 meses é muito remota.”

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