Sem ação do BC, dólar volta a atingir R$ 2,30
Apesar da pressão, o Banco Central manteve-se fora dos negócios, assim como ocorreu na quinta-feira, quando o dólar encerrou acima de 2,30 reais
Depois de ter fechado a sexta-feira na faixa de 2,27 reais, o dólar à vista negociado no mercado balcão teve nesta segunda-feira um avanço firme ante o real. Os ajustes feitos após a queda da sessão anterior favoreceram a alta de 0,92% da moeda americana ante a brasileira, para 2,30 reais. Apesar da pressão, o Banco Central (BC) manteve-se fora dos negócios, assim como ocorreu na quinta-feira – quando o dólar encerrou acima de 2,30 reais.
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A moeda americana operou no território positivo durante toda a sessão. Na cotação mínima, no início do dia, atingiu 2,2870 reais (+0,35%) e, na máxima, às 13h22, marcou 2,3050 reais (+1,14%). No mercado futuro, o dólar para setembro era cotado a 2,3140 reais, alta de 0,43%.
Logo na abertura, a moeda americana já registrava ganhos ante o real, embora o dólar tivesse direções mistas no exterior. Este movimento continuou ao longo da sessão, com a moeda superando os 2,30 reais ainda na primeira hora de negócios. A partir daí, o mercado passou a esperar pela autoridade monetária. “Estamos na expectativa de que o BC entre. Nós e todos os clientes”, comentou durante a tarde Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. Segundo ele, muitos agentes que precisam de moeda, como importadores, haviam travado operações com o dólar a 2,28 reais ou 2,29 reais, esperando que a atuação do BC conduzisse a moeda para estes patamares. Se isso ocorresse, eles entrariam comprando.
O gerente de câmbio da Correparti Corretora, João Paulo de Garcia Corrêa, confirmou a expectativa pela entrada do BC, mas minimizou a eficácia disso para segurar o dólar. “Não adianta o BC entrar toda hora e não segurar a cotação”, comentou, lembrando que na última sexta-feira a autoridade monetária fez leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Naquele dia, porém, a tendência para a moeda americana já era de baixa ante outras divisas e a atuação do BC reforçou o movimento. “O BC não tem conseguido mudar a trajetória (do dólar). E um leilão de swap depende muito da demanda do mercado”, acrescentou.
(Com Estadão Conteúdo)