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“Selic vai atingir o nível necessário para ancorar expectativa”, diz BC

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que não vai ajustar meta para não tirar credibilidade da política monetária

Por Luana Zanobia Atualizado em 4 out 2021, 19h35 - Publicado em 4 out 2021, 19h34

A inflação tem sido um dos grandes problemas para o atual governo. Para controlar a inflação, o BC tem atuado no aumento da taxa de juros, a Selic, que está em 6,5% e deve encerrar o ano em 8,25%, segundo projeção do Boletim Focus. No entanto, a expectativa de que a Selic alta controle o preço do câmbio não é muito animadora. Para alguns economistas, a instabilidade política e econômica deve continuar pressionando o câmbio para cima, prejudicando a percepção inflacionária. Via de regra, a elevação do dólar aumenta os preços no mercado interno, porque muitos produtos são importados. E mesmo os que não são importados, como a carne e o petróleo, possuem seus preços internacionais definidos com base na cotação do dólar.

No acumulado de doze meses, o índice de preços ao consumidor (IPCA) acumula alta de 9,68% e deve fechar o ano em 8,51%, bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central de 3,5%. “A Selic vai atingir o nível que for necessário para ancorar expectativa”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em live realizada pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira, 4. O presidente do BC ainda descartou a possibilidade de ajustar a meta. “Não acreditamos em ajustar meta, nós (BC) entendemos que a forma de gerar credibilidade no arcabouço existente é perseguir a meta. Qualquer flexibilização gera perda credibilidade e diminui a potência da transmissão da política monetária”, afirmou Campos Neto.

O presidente do BC debateu sobre esse grande desafio de controlar a inflação, um dia após o seu nome e o do ministro da Economia, Paulo Guedes, serem mencionados na investigação do Pandora Papers, que revelou a existência de offshores em paraísos fiscais de 35 líderes e mais de 300 funcionários públicos no mundo. A questão, porém, não foi mencionado na entrevista.

Embora a abertura de uma offshore não seja ilegal, desde que devidamente informado à Receita Federal — o que ambos fizeram –, o problema no caso de Campos Neto e de Guedes reside no fato de que eles são funcionário do alto escalão do governo. Os dois são as maiores autoridades monetárias do país, o que pode gerar alegações de conflitos de interesses. Isso, nesse caso, fere o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, que estabelece que: funcionários do alto escalão são proibidos de manter aplicações financeiras – no Brasil ou no exterior – que possam ser afetadas por políticas governamentais. No caso de Campo Neto, a offshore no Panamá com capital de US$ 1,09 milhão foi fechada em 12 de agosto de 2020, um ano e seis meses após a sua posse, de acordo com o Pandora Papers. No câmbio atual, esse valor seria de 5,95 milhões de reais.

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A investigação foi conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em sua sigla em inglês), envolvendo mais de 600 repórteres de 117 países na análise de dados do vazamento de 11,9 milhões de documentos confidenciais.

Altas da taxa Selic costumam acarretar em desvalorização do dólar, uma vez que atrai investimentos estrangeiros aos títulos de renda fixa brasileiros. No entanto, como há instabilidades política e fiscal no país, esse efeito não tem sido verificado nos últimos meses.

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