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Saiba se compensa aderir à nova modalidade de cobrança de luz

Tarifa branca prevê cobrança diferenciada de acordo com o horário de consumo; custo pode ser o dobro no horário de pico

Por Thaís Augusto Atualizado em 3 ago 2017, 10h12 - Publicado em 2 ago 2017, 15h40

A partir de 1º de janeiro de 2018, os consumidores de energia elétrica podem trocar a tarifa convencional pela tarifa branca, opção que oferece variação no preço da energia conforme o dia e horário do consumo.

Antes da criação da nova tarifa, o consumidor pagava um valor único pela energia consumida que era igual em todos os dias e horários. Com a opção, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fixou três faixas de horário em que os preços variam: ponta (energia mais cara), intermediária e fora de ponta (mais barata). Nos feriados nacionais e fins de semana, o valor será sempre considerado “fora de ponta”.

O preço de ponta será cobrado das 19h às 21h. O valor para a faixa intermediária será cobrado das 18h às 19h e novamente das 22h às 23h. No restante do dia, os consumidores pagarão o preço mais barato, ou seja, a tarifa mais em conta estará vigente durante 19 horas ao dia.

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(//VEJA)

O representante da Proteste, Rafael Bomfim, recomenda que os clientes não mudem de tarifa por impulso. “O consumidor precisa estar ciente de que precisa se adaptar aos horários. No período em que a maioria das pessoas chega em casa, do trabalho e da escola, a tarifa vai estar muito alta. É uma oportunidade para quem tem horário mais flexível ou consegue se adaptar”.

Para o consultor de energia do Idec, Clauber Leite, os consumidores primeiro têm que saber se estão enquadrados no requisito da Aneel. “Em 2018, só quem consome 500 kW/h mensais pode aderir à tarifa branca, isso é mais que o dobro da média brasileira, que não chega a 200 kW/h. Mas os extremos são muito grandes, não quer dizer que a maioria dos brasileiros gasta com energia nessa média. Em 2019 ,a tarifa deve abranger grande parte dos brasileiros”.

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O profissional ainda classificou a nova tarifa como positiva. “É benéfica para o sistema e pode trazer benefícios ao consumidor, mas se ele não tiver flexibilidade ou se o consumo é no horário de ponta não vale a pena”

Segundo Bomfim, no horário de ponta, as pessoas podem pagar até o dobro da tarifa convencional. Na intermediária, o valor fica até 20% maior do que na tarifa atual. Durante os horários fora de ponta, a economia será de até 15%. Os dados foram obtidos há dois meses.

Ele ressalta a importância de fazer um ‘teste’ antes de definir pela adesão e tentar adaptar o consumo de energia elétrica aos horários intermediária e fora de ponta. “Se a família for grande, é preciso ver se as pessoas estão respeitando os horários”.

De acordo com Leite, no final do mês o consumidor pode acabar economizando até 20%. “se fizer gestão adequada, mas tem que ter cuidado”. Para o profissional, no horário de ponta o custo do kW/h pode o dobro do que o valor atual.

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A adesão à tarifa branca é opcional e o cliente ainda pode retornar à tarifa anterior a qualquer momento. Caso isso aconteça, uma nova adesão à tarifa branca só será possível depois de 180 dias.

A Aneel recomenda ao consumidor que aderir à nova tarifa que evite utilizar chuveiros elétricos e de condicionamento ambiental, como o ar-condicionado e aquecedores, nos horários de ponta. Segundo a agência, esses aparelhos apresentam elevado consumo de energia.

Para fazer a medição dos gastos da tarifa branca, a Aneel determinou a instalação de um novo relógio, o serviço não poderá ser cobrado pelas distribuidoras. “É como se fossem três relógios em um só, capaz de calcular o que foi consumidor nas três faixas de horário. O atual mede todo o consumo do mês”, disse Bomfim.

A nova fatura deverá discriminar os valores de consumo em cada período do dia. Dessa forma, o cliente poderá monitorar seus gastos.

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Com a medida, as empresas de energia elétrica devem ser as grandes beneficiadas, já que setor não deve mais ficar sobrecarregado durante o período da tarde, quando há um pico no consumo de energia no Brasil, segundo Bomfim. “O objetivo é uniformizar o consumo da energia, para diminuir os custos de energia e do sistema. Quando tiveram os apagões [em 2009] eram no horário da tarde”, ressaltou.

O consultor do Idec afirmou que a tarifa pode aliviar as empresas. “O sistema trabalha mais livre e não com toda a potência, por isso a energia na ponta é mais cara. Se conseguirem diminuir o consumo no horário da tarde também pode postergar alguns investimentos de infraestrutura”.

Segundo Bomfim, os brasileiros, em geral, gastam 160 kW/h por mês – o que significa que só poderiam aderir à nova tarifa em 2020. Confira o cronograma da Aneel e descubra quando você poderá optar pela tarifa branca:

Data Quem pode aderir
1º de janeiro de 2018 Consumidores com média anual de consumo mensal superior a 500 kW/h
1º de janeiro de 2019 Os que têm média anual de consumo mensal superior a 250 kW/h
1º de janeiro de 2020 Demais consumidores

 

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