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Rumo aos US$ 200 bi: estratégias da indústria de games para crescer mais

Clube de assinaturas, segmento mobile e Ásia são apontados como principais tendências de expansão do setor

Por Luisa Purchio Atualizado em 2 fev 2021, 04h25 - Publicado em 1 fev 2021, 14h05

A indústria de games vem crescendo à velocidade de turbo e deve continuar em expansão acelerada nos próximos anos. De acordo com a consultoria do setor Newzoo, o setor ultrapassará os 200 bilhões de dólares em receitas em 2023. Atualmente os jogos eletrônicos vêm crescendo a 11% ao ano, um ritmo muito mais acelerado que das indústrias de cinema e música juntas. Tanto que, para efeitos de comparação, enquanto o CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta, em português) levará o setor a acumular, este ano, 180 bilhões de dólares em receita, os setores de música e cinema devem faturar 74 bilhões de dólares.

Outro número de destaque do setor é a quantidade de fusões e aquisições realizadas em 2020. Apenas no primeiro trimestre de 2020, foram 700 milhões de dólares em investimentos em startups de videogames. Estes dados estão presentes em um estudo realizado por Breno Bonani, estrategista da Avenue, que tem motivos de sobra para acreditar que o setor de games tem ótimas chances de expansão. De acordo com o levantamento, a sul-coreana Gravity foi a empresa que mais cresceu nos últimos 12 meses, com uma disparada de 417,4% em seus papeis (veja quadro). Já a primeira em valor de mercado, a americana Nvidia, de 221 milhões de dólares, cresceu 111,96% no período.

Mesmo com o início da vacinação da população, a pandemia ainda obrigará as pessoas a ficarem em casa por um bom tempo, e 2021 promete ser mais um ano de plena expansão para os videogames no mundo inteiro. O estudo aponta que o setor terá três estratégias para continuar crescendo ano a ano e uma delas é garantir a fidelidade dos clientes por meio de programas de assinaturas. Entre os muitos projetos de outras empresas que deram errado, alguns decolaram e conseguiram um bom número de clientes, como é o caso do Xbox Game Pass, que em setembro de 2020 atingiu 15 milhões de assinantes. O número ainda é pequeno quando comparado aos gigantes das assinaturas de streaming de filmes e séries, como é o caso da Netflix, que atingiu 200 milhões de clientes em 2020. Ainda assim, como a empresa está investindo em mais conteúdo, acredita-se que, com este aumento de oferta, poderá haver um forte aumento da receita com um preço maior cobrado por sua assinatura. Além dela, há assinaturas em jogos, como o caso do Fornite Crew, que oferece ao jogador itens exclusivos como trajes. “O Game Pass é o melhor posicionado, mas veremos como a maré muda à medida que o mercado evolui”, diz Bonani no estudo.

A segunda estratégia de crescimento apontada é a tendência de mobilidade. A expectativa é que os jogos em mobile represente 59% da receita esperada para o setor em 2021, enquanto o computador fique com 19% e o console, com 22%. Para se ter uma ideia, no ano passado, 72% dos gastos totais com aplicativos em celulares foram para jogos, de acordo com dados da Sensor Tower, sendo o “Among us” o mais baixado de todos. Já em termos de receita, o primeiro da lista é o PUBG Mobile.

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Já a terceira tendência apontada pelo estudo é a dominação da Ásia. Bonani acredita que a participação da China em dólares gastos crescerá em 2021, tanto em colaboração quanto em distribuição de jogos. Dos 100 títulos de maior popularidade nos EUA, 20 são chineses, e há expectativas de que, ao final de 2021, essa participação crescerá para 30%. Um dos pontos cruciais que controla a participação de empresas chinesas no mercado global de jogos online e a participação de empresas estrangeiras no mercado chinês é o ISBN, licença dada pelo governo chinês para o jogo estar disponível no hall de aplicativos autorizados.

 

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