MILÃO, 12 Abr (Reuters) – Os custos de empréstimos de títulos italianos com vencimento em três anos saltaram para 3,89 por cento no leilão realizado nesta quinta-feira, uma alta de mais de um ponto percentual comparado com o mês anterior e o mais recente sinal de que os mercados não estão convencidos de que a Europa está controlando seus problemas de dívida.
Problemas orçamentários na Espanha e preocupações sobre a desaceleração da economia global viraram novamente o holofote para a dívida de 1,9 trilhão de euros da Itália e um rali dos títulos guiado pela injeção de liquidez feita pelo Banco Central Europeu (BCE) cedeu espaço à realização de lucros.
A Itália pagou 3,89 por cento para vender seus títulos de três anos para março de 2015, comparado com a taxa de 2,76 por cento registrada no leilão realizado nos meados de março. Um dia antes, os custos de empréstimos de títulos italianos de um ano dobraram em um leilão.
“O ambiente de financiamento está ficando mais difícil para a periferia. No geral, nós acreditamos que os spreads estão inclinados para outros aumentos, apesar de continuarmos preferindo a dívida italiana à espanhola”, disse o estrategista do DZ Bank Michael Leister.
Num sinal mais animador, no entanto, o Tesouro alavancou 4,88 bilhões de euros na venda -apenas um pouco abaixo da meta total planejada de 5 bilhões de euros.
Autoridades italianas têm culpado fatores externos -uma referência oblíqua à Espanha- pelo aumento nos rendimentos e rejeitou sugestões de que o lento progresso da reforma estrutural, que inclui novas regras trabalhistas, desencorajou os investidores.
(Reportagem de Valentina Za)