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Principais bolsas mundiais tiveram alta em abril e aliviaram Ibovespa

Para Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, próximos meses serão influenciados pela inflação americana e a bolsa brasileira dependerá da Covid-19 no país

Por Luisa Purchio Atualizado em 3 Maio 2021, 14h51 - Publicado em 30 abr 2021, 18h28

O mês de abril foi positivo para as maiores bolsas globais, com as economias reagindo bem à vacinação contra a Covid-19, inflação americana sob controle e resultados das empresas no primeiro trimestre vindo melhores que o esperado. As bolsas americanas bateram diversos recordes em abril e o S&P 500 fechou em alta mensal de 5,24% a 4.211,47 pontos nesta sexta-feira, 30. O Dow Jones, por sua vez, cresceu 2,70% enquanto a Nasdaq teve alta de 5,40%.  Todas essas altas favoreceram o Brasil, mesmo com cenário doméstico conturbado. O resultado externo ajudou a aliviar a pressão do Ibovespa, que fechou o mês com alta de 1,93%, a 118.893,84 pontos.

Vale lembrar que, em abril, os investidores estrangeiros retornaram ao Brasil e, de acordo com dados da B3, até quarta-feira, 28, entraram 7.397 bilhões de reais na bolsa via mercado secundário.

Em abril, o dólar teve forte desvalorização no mês em relação a uma cesta de moedas globais, principalmente o euro. O índice DXY, que mede esta variação, estava em 93,23 no último dia de março e encerrou abril em 91,3. A variação é grande para este indicador que é pouco volátil e reflete a manutenção pelo Fed da política monetária expansionista no país, bem como o pacote de 2,2 trilhões de dólares em estímulos fiscais proposto pelo presidente Joe Biden.

No mês, o Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores empresas da Europa, encerrou em alta de 1,81%, a 437,40 pontos. O PIB da União Europeia se contraiu 1,8% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao primeiro trimestre de 2020, mas diversas companhias europeias tiveram desempenho, nos primeiros três meses do ano, que surpreendeu os analistas positivamente. O euro se valorizou em relação ao dólar e a cotação subiu de 1,1730 euro no dia 31 de março para 1,2023 nesta sexta-feira, 30. “Há dois meses atrás, um dos maiores riscos globais era que o ritmo de vacinação na Europa fosse muito lento, mas ele foi bom e a primeira safra de resultados do ano foi positiva tanto no continente quanto nos Estados Unidos”, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch.

Por aqui, a aprovação do Orçamento para 2021  e as propostas de reformas — que voltaram a caminhar — diminuíram o risco fiscal, se refletindo principalmente no real e no juros longos do Brasil. Os leilões de infraestrutura, como do Cedae, também foram positivos para o país. Além disso, o IBC-Br de fevereiro mostrou aquecimento na atividade econômica, o que aponta que o PIB brasileiro pode ser positivo no primeiro trimestre, um alento aos investidores.

Assim, o dólar comercial fechou em baixa mensal de 3,49%, a 5,4310 reais, e os juros dos títulos com vencimento em janeiro de 2027 caíram 3,21%. Os principais destaques do Ibovespa no mês foram as empresas ligadas às commodities, como Vale e CSN. Em todo o mundo, a recuperação da pandemia disparou as commodities e diversas delas bateram recordes históricos de preços. Grande fornecedor de produtos como minério de ferro, o Brasil se beneficiou do movimento e, justamente por isso, o Ibovespa encerrou em baixa na variação diária nesta sexta-feira, 30, a -0,98%, uma vez que os investidores aproveitaram para realizar lucros.

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Perspectivas

Para maio, o desempenho da bolsa brasileira vai depender da efetividade da vacinação da população e do andamento das reformas fiscais no Congresso. A expectativa também paira sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decide sobre a taxa de juros na próxima quarta-feira. A estimativa é que a Selic suba novamente 0,75 ponto percentual. Questões internas à parte, o mercado também ficará de olho na inflação dos Estados Unidos e como ela impactará nos Títulos Americanos com vencimento em 10 anos, que balizam a economia mundial.

“Esta semana Jerome Powell falou que a inflação em abril e maio vai ser transitória, porém só em junho e julho, quando sair os números de inflação desses meses, saberemos se é mesmo ou não”, diz Attuch, da Ohmresearch. “A mãe de todos os mercados é o título de 10 anos dos EUA, pois ele define o preço do dólar, consequentemente das commodities e então no Ibovespa. Ele, por sua vez, depende da inflação americana. Então. todas as lentes do mercado estarão voltadas para ela”, diz ele.

 

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