Preço do petróleo só deve subir em 2018
Desvalorização acumulada de quase 48% das cotações do petróleo é definida como uma "mudança de paradigma"
A indústria não espera uma retomada dos preços antes de 2018. O barril abaixo de US$ 40, na terça-feira, levou as petroleiras a reverem projeções.
A Petrobrás já adiou a abertura de capital da BR Distribuidora e não descarta suspender a venda de ativos este ano. A desvalorização acumulada de quase 48% das cotações do petróleo é definida como uma “mudança de paradigma” que provoca, além dos cortes de investimentos, uma queda brusca na arrecadação de impostos, agravando a crise dos municípios.
“Estamos vivendo o fim de um ciclo, e é difícil enxergar no nevoeiro da transição”, avalia Jorge Camargo, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). Segundo ele, a situação não é “transitória”. “Poucas empresas estão trabalhando com a hipótese de aguentar firme que o preço vai voltar. Empresas avaliam seus projetos para 2016 com valores na faixa de US$ 50 por barril.”
“Nunca se produziu tanto petróleo e nunca houve tanto óleo estocado. Esse cenário deixa os preços a US$ 40 e em viés de baixa, o que exige muito cuidado para as empresas”, avalia Lavinia Hollanda, coordenadora de pesquisa da FGV Energia. “Associado a uma tendência quase irreversível por uma demanda menor, o cenário deve permanecer no médio prazo.”
Pré-sal – Para a Petrobrás, a viabilidade do pré-sal é garantida até o patamar de US$ 30. Segundo o diretor da estatal PPSA, Renato Darros, a queda deixa “a indústria toda sob ameaça”, e não apenas o pré-sal brasileiro. “Será uma ameaça se esse nível se mantiver e for uma nova realidade. Hoje, não dá para falar que é uma ameaça, porque a gente olha para a frente.”
(com Estadão Conteúdo)