Powell indica que corte de juros nos EUA não deve ocorrer em março
Probabilidade de manutenção das taxas ganhou força no mercado: apostas pela manutenção em março subiram de 52,9% para 82,5% em uma semana
Os rumos da política monetária americana, que hoje mantém as taxas no patamar mais alto em 22 anos (5,25%-5,50% ao ano), monopolizam a atenção de investidores mundo afora. Na noite de domingo, o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, detalhou em entrevista ao programa 60 Minutes da rede de TV CBS, o caminho que os juros devem seguir. E, com isso, houve uma diminuição das expectativas que o corte venha em um curtíssimo prazo.
De acordo com a ferramenta FED Watch, as apostas pela manutenção dos juros na reunião de março aumentaram de 52,9% na semana passada para 82,5% nesta segunda-feira, após a fala do presidente do banco central americano. Na semana passada, 46% projetavam um corte de 0,25 ponto, o que levaria a taxa para o intervalo de 5% a 5,25%. Agora, a aposta pelo corte fica na casa de 17,5%.
Powell deixou claro que os membros do FOMC (o comitê de política monetária do FED) enxergam sim espaço para a queda de juros, mas que o colegiado espera mais dados econômicos confirmarem a queda da inflação para iniciar os cortes. “Não é provável que esta comissão (Fomc) atinja o nível de confiança a tempo da reunião de março, que será daqui a sete semanas. Esse não é o mais provável”, afirmou. Na semana passada, os números do mercado de trabalho e do salário acima das expectativas, que indicam uma economia forte e com demanda aquecida, frustraram os investidores esperançosos por uma queda dos juros a partir de março.
Se a entrevista serviu pra jogar água na fervura de quem esperava um início da flexibilização das taxas já nesta reunião, Powell no entanto, deu sinais importantes e não tão pessimista. Segundo ele, os números da economia americana não precisam vir “excelentes”, se vierem “bons” já será o suficiente para iniciarem os cortes — e que devem ser três ao longo deste ano.