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Plano de investimento da Petrobras vai definir dividendos, diz Haddad

Ministro da Fazenda se reuniu com os chefes da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir a questão

Por Da Redação Atualizado em 3 abr 2024, 22h54 - Publicado em 3 abr 2024, 20h45

O governo espera informações da Petrobras para definir qual posição defenderá no Conselho de Administração da estatal sobre a distribuição de dividendos extraordinários, disse nesta quarta-feira, 3, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele reuniu-se no fim desta tarde com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir a questão.

No mês passado, a Petrobras decidiu não distribuir os dividendos extraordinários de R$ 43,9 bilhões aos acionistas. O dinheiro ficou parado numa conta de reserva que pode ser usada para cobrir futuros investimentos.

Os dividendos são a parcela do lucro que uma empresa passa aos acionistas. Em março, a companhia distribuiu apenas o mínimo de R$ 14,2 bilhões previstos na Lei das Sociedades Anônimas, após divulgar que obteve lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023.

Segundo Haddad, o governo aguarda uma avaliação da companhia para saber se a Petrobras pode bancar o plano de investimentos dos próximos anos com os recursos disponíveis em caixa ou se precisará usar parte ou totalmente os dividendos retidos na conta remunerada. O ministro disse que a diretoria da Petrobras “testará” as informações disponíveis.

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“Essa reunião foi um desdobramento das outras três reuniões que nós já tivemos”, disse Haddad. “A decisão sobre o dividendo é um desdobramento da execução do plano de investimento. Toda a questão que está para ser debatida pela diretoria e, depois, pelo conselho é se vai ou não faltar recurso para execução do plano de investimentos.”

Na reunião, informou o ministro, o governo definiu um cronograma para que as informações da Petrobras cheguem o quanto antes para que o governo possa tomar uma posição embasada no Conselho de Administração da estatal. Haddad não detalhou o cronograma.

Estados do Nordeste

Haddad também afirmou que o governo federal vai discutir internamente as propostas de governadores do Nordeste para aliviar os problemas nas finanças dos estados.

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Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reuniram nesta quarta com governadores da região no Palácio do Planalto. Segundo o chefe da Fazenda, o pleito será levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou do encontro.

“Eles apresentaram um pleito, natural. Um pleito, alguns até antigos, que foram recolocados à luz dessa abertura que o presidente deu de discutir o pacto federativo”, afirmou Haddad. Eu coloquei os constrangimentos por parte da União, o esforço que nós estamos fazendo aqui pelas contas nacionais. Há uma compreensão muito grande por parte dos governadores de que não adianta você descobrir um para cobrir o outro.”

Haddad afirmou que os estados do Nordeste têm uma “dívida muito pequena”. O ministro, porém, salientou que alguns têm débitos com bancos públicos e que o pedido de alongamento das dívidas precisa ser discutida com as instituições financeiras, “que têm governança interna”.

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Os problemas nas finanças estaduais se agravaram com as perdas de arrecadação causadas pela desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em vigor há quase dois anos.

As alternativas propostas preveem aumento do percentual de repasses ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), o alongamento de dívidas com instituições financeiras e o parcelamento de precatórios (dívidas reconhecidas pela Justiça) e débitos previdenciários.

“Aquilo [desoneração do ICMS] trouxe, sem dúvida nenhuma, um impacto violento, que causou uma redução brutal nas receitas dos estados”, afirmou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, presidente o Consórcio do Nordeste, formado pelos nove governadores da região.

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As leis complementares 192 e 194 impuseram, em junho de 2022, um teto de 17% ou de 18% (dependendo do estado) para o ICMS sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público. Anteriormente, havia estado que cobrava mais de 30% de ICMS sobre os combustíveis.

Para neutralizar as perdas de arrecadação, a União foi obrigada a compensar as unidades da Federação, e um acordo foi celebrado em março do ano passado, prevendo uma compensação de R$ 26,9 bilhões, a ser equacionada até 2026, por meio, principalmente, do abatimento de dívidas dos estados com o governo federal.

Atualmente, salientou Fátima Bezerra, alguns estados nordestinos, mesmo sendo menos endividados do que estados de outras regiões, como Sul e Sudeste, estão com dificuldades em garantir o custeio da máquina pública, realizar pagamento das despesas obrigatórias, além de incapacidade para investimentos.

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Desoneração da folha de municípios

Haddad afirmou que a discussão sobre a desoneração da folha de pagamento de municípios será retomada na semana que vem. “Esta semana está um pouco morna, mas, na semana que vem, voltamos à mesa”.

Em dezembro, o governo encaminhou uma medida provisória que, além de reonerar a folha de pagamento de empresas de dezessete setores da economia que mais empregam, reonerava também a folha de municípios de até 156 mil habitantes. Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deixou caducar esses trechos.

(Com Agência Brasil)

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