PIB nulo reflete desaceleração dos Brics, diz ‘The Economist’
Publicação reitera que economias emergentes se desaceleram devido à crise da dívida nos países ricos
A estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre mostra que a desaceleração já atinge de maneira significativa os Brics, de acordo com a avaliação da revista The Economist. O veículo reconhece, em matéria veiculada nesta terça-feira no site da publicação, que o crescimento nulo da economia do Brasil é motivado pelos esforços do país em conter a inflação e pelos efeitos da crise da dívida na Europa.
A The Economist ainda aponta que o Brasil não é o único a ser penalizado. “A desaceleração do crescimento da Índia para 6,9% no segundo trimestre de 2011 faz com que o país avance ao ritmo mais lento dos últimos dois anos”, informa a publicação, que também destacou o desaquecimento da indústria chinesa como razão do enfraquecimento dos Brics.
As economias emergentes estão sofrendo com a crise do euro de duas formas, na avaliação da revista. Primeiro,o rápido abrandamento da economia da zona do euro diminui a demanda por exportações de matérias primas. Outro fator é o arrefecimento do crédito nos bancos europeus, que acabou gerando desaceleração significativa nos empréstimos interbancários concedidos a países emergentes e na repatriação de capital.
A revista britânica também comparou a situação atual à crise financeira de 2008, quando a queda nas economias desenvolvidas foi compensada pelo crescimento contínuo no mundo emergente – o que não ocorre nos dias de hoje.
O site do jornal londrino Financial Times também destacou o fraco desempenho do PIB brasileiro, com uma abordagem semelhante à da The Economist. Segundo o texto, a estagnação da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano demonstra que “os motores de crescimento do mundo emergente não estão imunes à desaceleração global”.