Petrobras: Governo recorrerá de decisão que afastou presidente do conselho
Justiça Federal afastou Pietro Mendes do cargo; Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, disse que não haverá paralisia no conselho da estatal
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira, 12, que o governo federal irá recorrer da decisão judicial que afastou o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes.
“Decisão judicial se cumpre ou se tenta reverter”, disse ele em referência a uma decisão da Justiça Federal em São Paulo na quinta-feira, 11. Mendes é secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do ministério e indicação de Silveira. “Eu vejo com uma naturalidade normal de quem acredita na democracia. Tenho absoluta convicção de que ninguém é insubstituível, mas que é imprescindível a contribuição do profissional Pietro não só para a Petrobras, mas também para todo o setor de petróleo, gás e biocombustível”, disse.
A decisão foi da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo em ação movida pelo deputado estadual Leonardo de Siqueira Lima (Novo-SP). Ele pedia a suspensão do conselheiro por ilegalidades na indicação e conflito de interesses, uma vez que Mendes também responde por todo o segmento de petróleo e gás do país.
Silveira defendeu Mendes, dizendo que é um jovem quadro técnico do governo. O conselheiro é candidato à recondução ao cargo de presidente do conselho na próxima assembleia de acionistas da Petrobras, marcada para o dia 25 de abril. “O Brasil já conheceu esse jovem, mas experiente funcionário de carreira da ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis] durante esse um ano em que ele prestou relevantes serviços como presidente do Conselho dessa que é a maior empresa do país”, afirmou o ministro.
Mendes saiu da ANP para o MME ainda no governo Jair Bolsonaro. Sua indicação ao conselho da estatal foi alvo de protestos de sindicatos apoiadores de Lula.