Petrobras aprova venda de ações e deixa de controlar a BR Distribuidora
Negócio pode chegar a 9,6 bilhões reais caso seja concluído integralmente, reduzindo a participação da estatal a 37,5% do capital
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, na noite desta terça-feira, 24, a venda de ações correspondentes a pelo menos 30% do capital da Petrobras Distribuidora (mais conhecida como BR Distribuidora), subsidiária que desde 1971 atua no segmento de distribuição e comercialização de combustíveis. Um dispositivo no acordo pode elevar a venda a 35% do capital da empresa e os valores da operação podem chegar a 9,6 bilhões de reais.
Com a conclusão do processo, a companhia deixará de ser controlada majoritariamente pela estatal, que teve 100% das ações até 2017, quando comercializou parte da subsidiária ao setor privado pela primeira vez.
O negócio fechado nesta terça-feira foi precificado a 24,50 reais por ação da BR Distribuidora e renderá ao menos 8,5 bilhões de reais para a Petrobras. O valor se refere a um mínimo de ações estipulado na venda, que garante a comercialização de 30% do capital da companhia, deixando a estatal com 41,5% de participação.
Há a possibilidade de que seja vendido também um lote suplementar de ações, nas mesmas condições e pelo mesmo preço. Caso a operação seja realizada integralmente, o montante pode chegar a 9,6 bilhões de reais por 35% do capital da distribuidora. Nesse caso, a Petrobras teria sua parcela reduzida a 37,5%.
A venda faz parte do programa de desinvestimentos promovido pela estatal nos últimos anos. De acordo com a Petrobras, a venda de ativos de subsidiárias visa a “reduzir o endividamento e focar em negócios com menor risco e maior rentabilidade”.
“Buscamos parceiros para ampliar a nossa possibilidade de investir e gerar retorno mais rápido. E vendemos ativos para reduzir a dívida, reequilibrar as finanças da companhia e focar em negócios mais rentáveis. Parcerias e desinvestimentos contribuem, portanto, para o equilíbrio financeiro da empresa”, declarou a Petrobras, em 2018, sobre o programa de desinvestimentos.
“Só uma empresa com equilíbrio financeiro e capacidade de investir pode contribuir para o desenvolvimento do país, gerando riqueza, empregos, dividendos para os acionistas — principalmente a União, que é nosso acionista majoritário —, além de pagar royalties e impostos para municípios, estados e federação”, acrescenta a nota da petroleira.