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Pequenas empresas espanholas invandem América Latina por causa da crise

Por Da Redação
31 Maio 2012, 18h00

César Muñoz Acebes.

Quito, 31 mai (EFE).- A América Latina está recebendo uma enxurrada de pequenas e médias empresas espanholas que buscam, no exterior, sobreviver da crise econômica, testemunhou uma delegação que nesta quinta-feira explorou oportunidades de negócio no Equador.

Marcas como Telefônica, Repsol ou Banco Santander são bem conhecidas na região, onde têm uma forte presença há mais de uma década, mas ao lado destes gigantes agora chegam empresas menores.

Uma delas é a Unialter, empresa com seis trabalhadores que instala painéis solares nos telhados de edifícios em parques industriais de Madri, economizando o pagamento do terreno para a instalação, segundo Isidro Varela, acionista e conselheiro da empresa.

A ideia fez sucesso quando Governo espanhol dedicava um alto volume de subsídios às energias alternativas, mas no momento não é mais rentável. Dessa forma, Varela se reuniu hoje em Quito com potenciais sócios e clientes, centro de uma delegação de 13 empresários espanhóis, que antes passaram pela Bolívia.

‘As empresas que se dedicam a energias alternativas, tanto do tema da biomassa, como energia eólica ou paineis solares têm que sair da Espanha’, afirmou Varela. Já em países latino-americanos esse setor é muito principiante, o que torna atrativa a implantação da tecnologia espanhola.

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Rodrigo Madrazo, conselheiro econômico da embaixada da Espanha em Quito, presenciou em seus cinco anos no país o aumento exponencial da chegada das empresas espanholas, à medida que a crise na Europa aumentava. Só em 2011, os contratos públicos obtidos por empresas espanholas no Equador quadruplicaram, chegando a US$ 315 milhões, segundo dados da embaixada.

‘Houve uma autêntica entrada de empresas espanholas no Equador’, disse Madrazo. O conselheiro econômico também destacou que os empresários demonstraram interesse similar em se estabelecer em outros países da região.

O país andino cresceu 7,8% no ano passado, graças ao petróleo, seu principal produto de exportação, o que permitiu ao Governo aumentar o gasto público e o investimento. O número é astronômico quando comparado à estimativa de 0,7% da Espanha, que no final de ano voltou a cair em recessão.

O fenômeno atual de chegada empresarial à América Latina é parecido como movimento dos anos 90, segundo Madrazo. No entanto, ele destacou que nessa época as grandes empresas espanholas compraram companhias públicas da região e as privatizaram. No momento atual, a entrada no mercado é mais trabalhosa, baseada em pequenos contratos de empresas que aprendem a ser internacionais.

A Eurocom Broadcast, uma companhia de engenharia para televisão com 40 empregados, iniciou o processo há uma década. ‘A crise fez com que nossos números na Espanha diminuíssem, pois o volume caiu, ao mesmo tempo em que os frutos que tínhamos semeado no passado caíram’, disse diretor-geral Comercial, Francisco Menchén.

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No ano passado, 90% dos 20 milhões de euro que a Eurocom faturou foram no exterior, principalmente na América Latina.

Os empresários que hoje estão em Quito fazem parte de uma delegação organizada pela Câmara de Comércio de Madri, entidade que viu multiplicar a demanda por seus serviços de assistência à exportação. Algumas das empresas veem essa opção como a única alternativa para manter as portas abertas, segundo Pascual Martínez, assessor de comércio exterior da Câmara.

No entanto, Martínez explicou que os negócios no exterior requerem um trabalho prévio de pesquisa e estabelecimento de relações, que costuma durar um ano. Até mesmo a recente desapropriação a Repsol da YPF, por parte da Argentina, não esfriou a marcha empresarial ao estrangeiro, segundo Madrazo.

Martínez vê o lado positivo da crise, pois, para ele, a internacionalização das pequenas e médias empresas espanholas evitará ‘uma situação como a atual, na qual com a quebra do mercado interno, o tecido empresarial sofre as consequencias’. EFE

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